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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Algumas línguas indígenas do Leste brasileiro: revisão e proposta de nova classificação
Autor(es): Valdir Vegini, Maria Cristina Victorino de Frana. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Lnguas Indgenas do Leste brasileiro, Comparao entre lnguas extintas, Classificao de lnguas indgenas
Resumo

Neste estudo, realizamos uma análise aprofundada de línguas extintas localizadas no Leste do Brasil (de São Paulo a Salvador).  Embora haja uma vasta bibliografia a respeito dessas línguas indígenas, muitas vezes, precisar os resultados das análises histórico-comparativas e classificatórias torna-se uma tarefa árdua, pois o acesso a essa produção é deveras difícil.  Os raros textos que falam dessas línguas encontram-se, na sua grande totalidade, em bibliotecas e acervos linguísticos fora do nosso país e a maioria deles estão escritos em latim, alemão e uns poucos em francês. A par disso, como dito acima, trata-se de línguas extintas, agravando a qualidade da revisão e de uma possível classificação linguística. Apesar disso, procedidas às inúmeras e intensas buscas desses dados, graças a colaboração de pesquisadores da área, com quem contatos foram mantidos, finalmente, foi-nos possível realizar uma recolha razoavelmente significativa, permitindo-nos proceder a um estudo mais refinado, ampliando constatações relacionadas a uma revisão e a uma nova proposta de classificação que reordena a posição tradicional de algumas dessas línguas indígenas. Comumente, agrupa-se o koropó com o puri (coroado) e ambos na super família macro-jê. Inicialmente, refutamos qualquer afinidade entre as línguas koropó e puri e, subsequentemente, apresentamos razões para excluir o puri-coroado das línguas macro-jê. Prosseguindo em direção ao Norte, examinamos detalhadamente a família maxakali, propomos uma classificação provisória de suas línguas afiliadas e comparamos pormenorizadamente essa família com línguas do seu entorno geográfico (kamakã, jê e krenak). Desse estudo, podemos concluir que o maxakali mantém estreita relação com o kamakã, sugerindo-nos a existência de um vínculo genético ente esses dois grupos linguísticos. Contudo, não podemos propor relação genética semelhante para todas as quatro famílias (maxakali, kamakã, jê, krenak) visto que seus falantes viviam numa área onde houve um longo período de contatos interétnicos que poderia ter favorecido o compartilhamento de grande número de empréstimos linguísticos entre esses idiomas.