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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O lugar da terapia fonoaudiológica no percurso terapêutico de sujeitos afásicos
Autor(es): Nvia Dionsio Catarino de Jesus. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave afasia, fonoaudiologia, linguagem
Resumo

Introdução e justificativa do trabalho: Ao se deparar com o problema da afasia, o qual se dá em consequência de lesão no cérebro, provocada por traumas ou acidentes vasculares cerebrais (AVCs), os sujeitos afásicos passam a precisar do apoio e ajuda de familiares ou de outros cuidadores. Essas pessoas, por sua vez, passam, de uma hora para outra, a cuidar – sem o devido preparo técnico e psicológico – de um esposo a), pai ou mãe e, às vezes, um(a) filho(a). Trata-se de uma mudança de vida radical não só para o afásico, mas também para toda a família. Objetivos do trabalho: identificar, descrever e analisar o percurso terapêutico de pessoas afásicas, sob o ponto de vista do cuidador, ressaltando questões sobre o acompanhamento fonoaudiológico. Aspectos metodológicos:  A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP). Foram levantados dados em sete prontuários clínicos do HC/UNICAMP sobre sete sujeitos afásicos e seus familiares/cuidadores em acompanhamento fonoaudiológico no CEPRE/FCM/UNICAMP. Em seguida, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com esses sujeitos – cuidadores/familiares. Discussão e conclusões: Verificou-se, no percurso terapêutico dessas pessoas, que os familiares buscam o atendimento fonoaudiológico, para os afásicos, assim que percebem os primeiros sinais de dificuldades com a linguagem, muitas vezes ainda no atendimento hospitalar inicial. Embora todos os entrevistados tenham sido unânimes ao ressaltar a importância de outros cuidados relacionados à saúde, tais como  fisioterapia, acompanhamento nutricional, de cardiologia e neurologia, dentre outros, o papel do trabalho com a linguagem tem lugar central no percurso terapêutico pós-AVC. Esse  percurso das pessoas afásicas em processo de recuperação é fortemente influenciado pela percepção que o próprio indivíduo afásico tem de si, mas também é delimitado pelo ponto de vista de sua família sobre sua condição de saúde, bem como influenciado pela força dos laços afetivos e familiares, considerando-se o papel que o afásico tinha na família antes do AVC. Ambos são delimitados, evidentemente, por suas condições sócio-culturais.  Os achados representam, a nosso ver, importantes subsídios para o aprimoramento da atenção integral à saúde desse grupo, principalmente considerando-se os dados demográficos acerca do envelhecimento na população e o consequente aumento de problemas secundários ao AVC ou à demência senil.