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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A LÍNGUA EM JOGO: A METÁFORA DO JOGO DE XADREZ NA LINGUÍSTICA SAUSSURIANA
Autor(es): Thales de Medeiros Ribeiro. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Anlise de Discurso, Ferdinand de Saussure, Histria das Ideias Lingusticas
Resumo

Neste trabalho, analisamos a comparação saussuriana da língua com uma partida de xadrez no(s) Cours de Linguistique Générale; nos cadernos de Riedlinger, Patois (Deuxième Cours de Linguistique Générale 1908-1909) e Constantin (Troisième Cours de Linguistique Générale 1910-1911) e nos Écrits de Linguistique Générale. Problematizando o processo de estabelecimento de uma terminologia científica, questiona-se qual é o papel da comparação/analogia/metáfora do jogo de xadrez na teoria saussuriana. Do ponto de vista do corte que marca a sua contribuição aos fundamentos da linguística, Saussure (1996) desenvolveu a concepção de língua como um sistema de regras e valores puros, por meio da metáfora do jogo de xadrez. As problemáticas clássicas da origem e da representação são deslocadas. O pressuposto da anterioridade de um sentido original perde, assim, seu poder de jurisdição, dado que todas as diferenças se equivalem em um campo sincrônico. “Elimina-se a referência à origem e o problema é reformulado em termos de funcionamento, de jogo, de mecânica” (NORMAND, 2009, p. 48). A partir do momento em que a língua é vista como um sistema sem termos positivos que autoriza combinações e substituições regradas por elementos definidos, a língua já não tem mais a função de exprimir sentido: ela se torna um objeto do qual uma ciência pode descrever o funcionamento (PÊCHEUX, 1969). Em última instância, considerado em sua relação com o jogo, o valor é um espaço sistêmico capaz de subversão com a tradição filosófica, provocando o esfacelamento da representação e da complementaridade (GADET; PÊCHEUX, 1981). As metáforas, comparações e analogias são constitutivas à inquietação e à teoria saussuriana, exercendo um papel, sobretudo, conceitual. Nesse sentido, as metáforas não são, portanto, redutíveis a uma questão somente estilística ou didática. Este estudo está inserido no quadro teórico da História das Ideias Linguísticas (AUROUX, 2006, 2009; COLOMBAT; FOURNIER; PUECH, 2010) em produtividade específica com a Análise de Discurso (GADET; PÊCHEUX, 1981; HAROCHE; HENRY; PÊCHEUX, 1971; HENRY, 1992; PÊCHEUX, 1969).

(Apoio: CNPq – Processo 163766/2014-2)