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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O pejorativo sufixal: relações entre semântica e sintaxe
Autor(es): Caroline da Silva Oliveira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Morfologia Distribuda, Pejoratividade, Sintaxe
Resumo

Segundo Frota (1985), os sufixos, em sua maioria, possuem função não somente gramatical como também semântica. Logo, podemos observar uma possível regularidade entre sufixos e determinados significados (Cf. Frota, 1985). Essa regularidade, para a autora, evidencia que há sistematicidade na produção de formas derivadas sufixalmente o que pode ajudar na descrição e análise dos processos derivacionais na formação de palavras, tanto nas formações já existentes  como nas novas.

Entendemos que o pejorativo pode ser definido como termo utilizado para expressar conceitos negativos e/ou desvalorizados por determinado grupo social, incluindo indivíduos, atos e/ou características em desacordo com padrões estéticos e culturais do grupo em questão.

A fim de explicar a relação entre os sufixos e a semântica pejorativa das palavras formadas, Frota (1985) considera as relações entre o fator semântico e o sintático, levando em consideração as bases, afixos e produtos. Nosso objetivo geral neste trabalho é ampliar esse estudo já iniciado sobre o fator semântico na formação de palavras, estabelecendo padrões de derivação para melhor descrever os processos de formação das palavras pejorativas no PB. Como objetivo específico, nos perguntamos se há, de fato, uma parcela de significado em determinados sufixos que pode influenciar nas formas derivadas resultantes, até aonde este significado pode definir uma formação como pejorativa? Tratamos aqui não apenas do significado dos sufixos, mas também do significado das bases e seus produtos, da carga semântica negativa que cada um suporta individualmente e suas relações.

Seguindo o modelo da Morfologia Distribuída (MD), nos propomos a investigar a interface sintático-semântica (Minussi; Nóbrega (2014), na qual as formações pejorativas podem estar envolvidas. A MD prevê três listas em sua arquitetura da gramática, sendo uma delas chamada Enciclopédia, localizada pós-sintaticamente e que faz interface com a forma lógica. Nessa lista, encontramos o conhecimento extralinguístico dos falantes e os significados especiais para as raízes (Marantz, 1997). Assim sendo, refletiremos sobre a influência do conhecimento linguístico e pragmático para a formação desse tipo de palavras. Baseado principalmente na tese de Frota (1985) elegemos nosso corpus através de textos orais e escritos, coletados nas mais diversas mídias e tendo como pressuposto fundamental a intuição do falante.

Como resultado parcial da pesquisa   em andamento, mostramos que o contexto sintático e a modificação ao redor destas formações contribui para a criação do significado pejorativo, indicando a influência do uso e contexto em que as formas são encontradas.