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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A autoria na formação do futuro professor: autorizações para a constituição do intérprete-historicizado
Autor(es): rica Mancuso Schaden. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Estgio curricular supervisionado, Anlise de Discurso Francesa, Autoria
Resumo

Apresentamos recorte da pesquisa de mestrado em andamento que tem como objetivo principal investigar se os graduandos do curso de Pedagogia podem assumir a posição de sujeitos “intérpretes-historicizados” (ASSOLINI, 2014), durante a vivência nos estágios curriculares supervisionados. Tornar-se um “intérprete-historicizado” relaciona-se ao momento quando o graduando é autorizado a arriscar-se a novos sentidos e a ocupar novas posições discursivas, possibilitando-o vivenciar diferentes experiências e romper com os saberes e fazeres pedagógicos tradicionais. Para essa investigação científica temos como base teórica e metodológica a Análise de Discurso Francesa (pecheuxtiana), a teoria Sócio-Histórica do Letramento, principalmente as questões sobre a autoria, e os estudos na área da Formação Inicial de Professores. O procedimento metodológico desta pesquisa constitui-se de questionários com cinco questões semi-estruturadas, respondidos por graduandos do curso de Pedagogia de duas universidades públicas brasileiras, durante as disciplinas que tratam especificamente do estágio curricular supervisionado para o Ensino Fundamental, com ênfase na abordagem do ensino da Língua Portuguesa. Para este trabalho, selecionamos algumas sequências discursivas, compondo o "campo discursivo" (COURTINE, 1981) constituído pelos questionários, a fim de compreender se as experiências positivas no estágio possibilitam que o graduando possa assumir a posição de “intérprete-historicizado”, momento anterior à assunção da autoria. Assim, caso vivencie positivamente o momento do estágio, o graduando poderia refletir sobre suas expectativas, fruto de sua memória discursiva a respeito da docência e, por meio da observação e atuação na sala de aula, romper com saberes e fazeres pedagógicos tradicionais, ou seja, com as formações ideológicas que ao naturalizarem os sentidos, impedem que o graduando possa se inserir em outras formações discursivas. Os resultados parciais dessa pesquisa com base nas análises discursivas realizadas possibilitam-nos compreender que as experiências positivas ao longo dos estágios curriculares supervisionados só se tornam significativas aos graduandos quando eles podem desenvolver projetos, planos de aula e momentos de regência autorais, bem como quando são permitidos a vivenciarem esses momentos formativos, tanto na sala de aula estagiada quanto na universidade. Neste sentido, quando ao graduando não lhe é permitido trilhar por outras propostas pedagógicas é também lhe vetado refletir a respeito do cotidiano escolar, dos fazeres e saberes pedagógicos e de transitar por outras formações discursivas. Assim, defendemos que é imprescindível que o professor, tanto na universidade quanto na sala de aula estagiada, possibilite momentos formativos positivos para o graduando de Pedagogia, o futuro professor. (Apoio: FAPESP – Processo 2013-17523-6).