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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O paradigma semiótico segundo Jacques Fontanille
Autor(es): Maria Goreti Silva Prado. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Semitica, Jacques Fontanille, Historiografia
Resumo

A proposta deste trabalho é repensar o desenvolvimento dos estudos elaborados pelo semioticista francês Jacques Fontanille a partir de uma periodização histórica, que servirá de ancoragem para a localização temporal das reflexões teóricas. No início da década de 1970, Fontanille foi um dos últimos estudiosos a ingressar no grupo organizado por Algirdas Julien Greimas, que se reunia em Paris para refletir a respeito de questões voltadas ao desenvolvimento do quadro teórico-epistemológico da semiótica francesa.  Naquela época, na Europa, os estudos linguísticos focavam questões envolvendo a linguística textual, as análises estruturais dos textos e uma nova abordagem da crítica literária. Esse contexto cultural acadêmico influenciou o direcionamento dos estudos de Fontanille, como sugere os títulos de sua tese de doutorado de terceiro ciclo, intitulada “Consciences et paroles romanesques: sémiotique littéraire”, defendida em 1979, na École des Hautes Etudes en scienses sociales (EHESS), em Paris; e, de sua tese de “doutorado de estado”, intitulada “Les points de vue dans le discours de epistemologie à l’identificacion”, defendida em 1984, em Paris IV - Sorbonne, ambas dirigidas por A. J. Greimas. Devido ao conteúdo volumoso desse último trabalho, Greimas sugeriu que algumas partes fossem suprimidas. O texto excedente, posteriormente, foi reescrito e inserido nos livros “Le savoir partagé”, publicado em 1987, que deu destaque à dimensão cognitiva, e “Les espaces subjectifs: introduction à la sémiotique de l’observateur”, publicado em 1989, que tratou do conceito de actante em diferentes domínios – no discurso, na pintura e no cinema. Dessa forma, entende-se que esses documentos representam o início do primeiro período das pesquisas de Jacques Fontanille, e seu término deu-se no final da década de 1980, momento em que se iniciaram os seminários sobre as paixões, provocando uma virada “sensível” nas pesquisas semióticas. Segundo esse estudioso, é nesse momento que nasce a semiótica que se faz hoje. Das anotações desses seminários, Greimas e Fontanille organizaram o livro “Sémiotique des passions. Des états de choses aux états d’âme”, lançado em 1991. Portanto, considera-se que o segundo período tem início com esses estudos e se estende até o momento atual. O fato de voltarmos ao passado, por meio de documentos impressos, nos permite reconstruir e repensar esse paradigma teórico, analisando-o e interpretando-o com um olhar do século XXI.