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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A leitura de imagem em movimento: aproximações e diferenças entre jovens surdos e ouvintes
Autor(es): Aryane Santos Nogueira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Surdez, Lngua de sinais, Leitura de imagens
Resumo

Este trabalho discute sobre o aspecto visual atuante no processo comunicativo e de letramento de surdos, especificamente no que se refere à leitura de imagens, uma vez que a área ainda carece de trabalhos que focalizem o modo como as imagens podem ser efetivamente alçadas nesses processos. Afiliando-se à Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) e a uma perspectiva poscolonialista (CAVALCANTI, 2013), o objetivo da pesquisa consistiu em, a partir de pistas já trazidas por pesquisadores da área da surdez (SKLIAR e QUADROS, 2000; REILY, 2003, GESUELI e MOURA, 2006; CAMBRA et al, 2010, entre outros) e da Sociossemiótica Multimodal (KRESS e VAN LEEUWEN, 1996; BALDRY e THIBAULT, 2006; KRESS, 2010), analisar a leitura de imagens em movimento – uma sequência do filme The Kid de Charlie Chaplin – realizada por onze jovens surdos e quatro jovens ouvintes. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo interpretativista (MOITA LOPES, 1994) com metodologia híbrida (MENEZES DE SOUZA, 2003). Para tanto, o procedimento adotado para a geração dos registros foi o de entrevistas em grupo (grupo focal) e, além disso, esta pesquisadora manteve um olhar etnográfico (CAVALCANTI, 2006) para o que estava acontecendo durante o trabalho de campo e de análise dos registros gerados. O corpus para análise, que surge desse processo, é formado por (i) gravações em vídeo de quatro encontros em formato de grupo focal, (ii) quinze quadrinhos e quinze textos escritos elaborados pelos jovens surdos e ouvintes participantes da pesquisa, (iii) diários de campo elaborados pela pesquisadora, (iv) prints de momentos da filmagem das atividades em grupo, (v) excertos de falas dos participantes surdos retirados da transcrição dos materiais em vídeo e (vi) excertos de falas de professores de surdos retirados de transcrições e notas de campo elaboradas por esta pesquisadora. A análise ainda em curso indica que, embora haja aproximação entre as produções em quadrinhos e escritas elaboradas pelos jovens surdos e ouvintes, a maneira como os jovens surdos (re)apresentaram o trecho de filme em suas produções sugere que a língua de sinais tenha atuado como uma lente (KRESS, 2010) moldando a maneira como os jovens surdos constituíram suas leituras do trecho de filme. Apenas os jovens surdos salientaram aspectos da ação, do movimento e das expressões faciais e corporais dos personagens em suas produções.