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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Há ou não classificadores em terena (Arawak)?
Autor(es): Caroline Pereira de Oliveira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave classificadores, terena, arawak
Resumo

O povo Terena vive, em sua maioria, no estado de Mato Grosso do Sul nas reservas indígenas localizadas nos municípios de Campo Grande, Nioaque, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Anastácio, Aquidauana e Miranda. Além destas localizações de concentração das aldeias, muitos terena estão espalhados pelo estado, no etnoterritório do Cone Sul, onde se encontram os povos Guarani- Kaiowá, além também de alguns poucos entre o povo Kadiwéu situados nos municípios de Bonito e Porto Murtinho. Sabe-se que também há famílias terena na região de Bauru, no estado de São Paulo e um novo grupo que passou a habitar uma aldeia próxima ao município de Alta Floresta, no estado de Mato Grosso. Neste trabalho fazemos uma reflexão sobre a possibilidade ou não da existência de classificadores na língua Terena. Várias línguas da família Arawak apresentam classificadores nominais, como é o caso de Mehinaku (cf. Mori (2007)) e Waujá (cf. Postigo (2012)), por exemplo. Os estudos realizados até o momento acerca da língua terena (Arawak) não expuseram a existência de classificadores nominais, a não ser com a exceção do estudo em Marcus (1994) que defende a ideia de existir nesta língua o que Mithun (1986: 388) considera como evidência de classificação nominal a partir de incorporações nominais. Estas incorporações, conforme a autora, se dão a partir de sufixação de morfemas que apresentam tanto aspectos de sua distribuição quanto de funcionalidade, nisto são semelhantes ao proposto por Marcus (1994), que podem ser apresentados em quatro grupos distintos: a) partes do corpo; b) locativo; c) categorias físicas e d) geral. Butler e Ekdahl (2012[1979]:143-45) fazem menção de existência de qualificadores, aqui entendidos como afixos incorporados a verbos. Diante disso, questionamos se tais interpretações sobre estes morfemas apresentados pelas pesquisadoras ocorrem mesmo como incorporação ou se são classificadores como pode ser observado em outras línguas da família Arawak.