Programação do 63º seminário do GEL

A Sociolinguística, segundo Bright (1974[1966]), assume a tarefa de demonstrar a relação entre língua e sociedade, mais especificamente entre a variação linguística e a diversidade social, podendo revelar a relação causal entre elas. Os sociolinguístas pretendem verificar essa relação, posto que o objeto de estudo da Sociolinguística é a diversidade linguística. Para definir o fenômeno da variação linguística, Camacho (1988) comenta que cada sujeito tem seu modo de falar e que “a linguagem humana varia de acordo com o grau de contato entre os seres que constituem a comunidade universal” (CAMACHO, 1988, p. 29). A variação existe em diferentes lugares e também pode ser utilizada pelos mesmos indivíduos, em diferentes situações de comunicação, adequando-se a sua necessidade. Bright (1974[1966]), ao discorrer a respeito das dimensões da Sociolinguística, aborda a “crença” das pessoas sobre o seu próprio comportamento linguístico e dos demais. Para a realização de pesquisas correspondentes a essa dimensão, é preciso considerar duas assertivas: de um lado, o pesquisador não deve se iludir aceitando o julgamento e o senso comum como correspondentes à realidade linguística exata; por outro lado, o estudioso precisa entender que a opinião popular faz parte da situação sociolinguística. Quanto a atitudes linguísticas, Lambert e Lambert (1975), estudiosos da Psicologia Social, acreditam que influenciam no comportamento do indivíduo e vice-versa, defendendo que a atitude é uma forma de pensar, sentir e reagir a pessoas ou situações sociais. Afirmam que as atitudes são constituídas de pensamentos e crenças, sentimentos e emoções, bem como reações. Considerando a importância das crenças e atitudes linguísticas favoráveis ao fenômeno da variação e sua abordagem em contexto escolar, formador de cidadãos livres de qualquer espécie de preconceitos, realizou-se uma pesquisa sobre crenças e atitudes com o objetivo de avaliar o julgamento de alunos do ensino superior sobre a heterogeneidade linguística. Para isso, analisaram-se os dados obtidos a partir das respostas a questionários aplicado a alunos de diferentes áreas do Ensino Superior, sobre crenças e atitudes a respeito de  sua própria língua e como as pessoas a utilizam, em especial sobre a variação linguística e o preconceito linguístico, verificando por tanto o julgamento deles sobre a heterogeneidade linguística.