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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A surdez fonológica e as dificuldades de percepção/produção de sons de pilotos brasileiros aprendizes de inglês como língua estrangeira
Autor(es): Joo Daniel Passarelli Frana. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave interlngua, aquisio/apredizagem de sons, ingls como lngua estrangeira
Resumo

Com o presente trabalho se objetiva analisar algumas produções de sons de pilotos militares brasileiros no local onde recebem sua formação: na Academia da Força Aérea (AFA). Para a análise serão considerados dois pontos: por um lado, que tipos de teorias podem nos auxiliar a compreender uma classificação de sons em língua estrangeira, considerando as dificuldades dos brasileiros ao perceber e produzir a língua inglesa e, por outro lado, o que ocorre cognitivamente com o estudante durante o processo. Para o primeiro aspecto, aplicaremos modelos de análise de cunho interlinguístico como o Modelo de Aprendizagem de Fala (Flege, 1981) e o Modelo do Imã da Língua Materna (Kuhl e Iverson, 1995) e, para o segundo aspecto, dois princípios cognitivos que descrevem o processo no qual se dão as dificuldades dos aprendizes/falantes: a surdez fonológica (Polivanov, 1931) e as características da Interlíngua (Selinker, 1972). Um piloto militar necessita do inglês por esta ser a língua franca da aviação internacional, fundamental para se evitar acidentes como o que envolveu as aeronaves Gol/Legacy em 2006 ou o famoso acidente no aeroporto de Tenerife em 1977, ambos causados pela dificuldade de comunicação entre piloto e controlador. Em solo, os pilotos necessitam do inglês para diversas tarefas, tais como: comunicar-se com agentes alfandegários, negociar a compra de equipamentos importados, participar de reuniões internacionais, como as que resultaram na compra dos caças Grippen pela Força Aérea Brasileira (FAB), entre outras.

NA AFA, tentou-se implantar o inglês como idioma das instruções aéreas, porém a prática teve que ser abandonada, devido à ocorrência de várias situações de perigo e de um grande congestionamento nas comunicações entre piloto e torre de controle, causados pela incapacidade de ambos para se comunicarem no idioma estrangeiro. Tais dificuldades são observadas empiricamente durante as aulas de percepção e produção oral em língua inglesa e serão usadas como exemplo neste trabalho.

Com as discussões aqui apresentadas, bem como futuras análises mais aprofundadas esperamos apresentar soluções que minimizem as dificuldades de pronúncia em língua inglesa dos alunos brasileiros, inclusive pensando em um modelo de ensino mais adequado ao público alvo.