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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O processo de (re)escrita em espaço escolar: sujeito e rasuras
Autor(es): Carmen Lcia Hernandes Agustini. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave (re)escrita, ensino, sujeito
Resumo Esta comunicação problematiza, a partir da AD pecheutiana, aspectos da relação discursiva entre professor e aluno no processo de ensino de Língua Portuguesa escrita na produção textual. Para tanto, trabalhamos os conceitos discurso, estrutura e acontecimento, a fim de compreender e explicitar o jogo interlocutivo no processo de (re)escrita e o ensino de Língua Portuguesa escrita. Com base nisso, propomo-nos a analisar dois mo(vi)mentos de produção textual em espaço político-simbólico escolar e a traçar considerações sobre esse ensino como função do trabalho elaboral do aluno.

Esses mo(vi)mentos acontecem em dois espaços político-simbólicos escolares: uma escola federal e outra estadual. Essa seleção resulta de um trabalho imaginário de que poderia haver alguma diferença no modus operandi do ensino que fosse efeito não da subjetividade de professores e alunos, mas da política da escola, já que a escola federal prima pela formação e pelo acompanhamento do trabalho dos professores em função da regularidade no saber-fazer da aula e nos conhecimentos ensinados. A estadual, por sua vez, é vista como lugar de “liberdade” do professor para lidar com o jogo da aula e com os conhecimentos ensinados.

Na análise, utilizamos a tipologia de rasuras da Crítica Genética em função dos mo(vi)mentos do aluno no texto: hesitações, rasuras, mudanças, inclusões, etc. No entanto, buscamos na AD os efeitos de sentido que a relação entre professor e aluno podem provocar na produção textual. Perguntamos: em que o trabalho elaboral do texto pode afetar e ser afetado na e pela relação professor-saber-aluno? Onde colocar o limite de interferência? Qual o lugar do professor no processo de (re)escrita? Essas são questões que pretendemos abordar.

A escrita como operação do aluno está em função de que ela é a escrita de um sujeito. Por isso, para que haja escrita é necessário que os sentidos já habitem (n)o sujeito. Se o tema não "toca" o sujeito, fazendo-lhe sentido, corre-se o risco de o texto “patinar” de modo a comprometer a emergência de uma função-autor que ali opere ou de inibir a escrita. É necessário que o sujeito tenha algo a dizer para que os sentidos se dêem no e ao sujeito. Para que o aluno tenha algo a dizer, ele precisa estar no lugar de sujeito de linguagem e precisa que o professor coloque-se como seu interlocutor. Assim, o processo de (re)escrita significará para o aluno e lhe trará condições de lidar melhor com sua escrita.