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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A pontuação em textos escolares: uma questão gramatical ou discursiva?
Autor(es): Maria de Fatima Rodrigues da Silva Paulino. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave pontuao, discursividade, ensino de lngua portuguesa
Resumo

~~O objetivo desta comunicação é analisar o uso de sinais de pontuação em produções textuais de alunos do Ensino Fundamental. Para isso, observamos, primeiramente, como a pontuação é tratada nas gramáticas de CUNHA(2007 ), Nova gramática do português Contemporâneo;   RIBEIRO( 1881 ), Grammatica portuguesa; BECHARA( 2009), Moderna Gramática Portuguesa; CASTILHO (2010 ) Nova Gramática do Português Brasileiro; ALMEIDA(1998 ), Gramática Metódica da Língua Portuguesa. Percebemos nessa análise que esse tópico recebe pouca atenção e geralmente está associado às questões sintáticas ou prosódicas. A língua escrita é tomada pela maioria dos autores como representação da fala e deste modo a pontuação tem a função de estabelecer a entoação do texto, ou seja, responsável pelo ritmo e melodia. Em Teberosky(2003) encontramos algumas respostas para a difícil tarefa de se pontuar e principalmente ensinar sobre pontuação, pois a autora considera os sinais de pontuação como signos multifuncionais   que constituem a interface entre três planos de estrutura: sintático, textual e pragmático. Em seguida, assumimos a perspectiva de Dahlet que entende a pontuação como um fenômeno discursivo e textual e não gramatical. A partir desse referencial teórico, analisamos textos do gênero carta argumentativa produzidos por estudantes do nono ano do ensino fundamental de uma escola pública. Tentamos propor uma reflexão quanto ao emprego dos sinais de pontuação sob a perspectiva discursiva e organizacional do gênero. A análise evidenciou que a pouca utilização de recursos gráficos para marcar a pontuação não comprometeu significativamente a argumentação desenvolvida. Assim como o uso indiscriminado de sinais tornou o texto incoerente. Além disso, observamos que, nas atividades orais de reescrita, os estudantes foram capazes de pontuar seus textos ao ouvirem a leitura dos mesmos pelo professor. A partir da observação do trabalho desenvolvido em sala de aula, propomos algumas atividades pedagógicas para levar os estudantes a refletir sobre a função dos sinais gráficos e melhor empregarem a pontuação como recurso discursivo e estilístico.