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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Movimentos teóricos e clínicos na clinica fonoaudiológica com o autismo
Autor(es): Sonia Maria Sellin Bordin. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Neurolingustica Discursiva, Fonoaudiologia, Autismo
Resumo

A apresentaçao desse estudo prioriza a articulação entre a perspectiva teórica da Neurolinguística Discursiva (ND) e a prática fonoaudiológica, a partir de um conjunto de dados recobrindo a linguagem (fala, leitura e escrita), oriundos de quinze anos de acompanhamento fonoaudiológico longitudinal de um sujeito portador de Transtorno do Espectro Autista. Do conjunto de dados desse sujeito que recobre as idades de 3 anos e 10 meses a 19 anos, serão privilegiados dois recortes: o papel da ecolalia e como se amolda sua discursividade, ao longo desse acompanhamento. Isso se dará sob a abordagem da ND, sustentada teoricamente nos estudos de Vygotsky, de Luria e de as afasias de Freud, por um lado, e de Coudry e outros linguistas que incorporam o sujeito em seus estudos (sobretudo, Benveniste, Maingueneau e De Lemos) por outro. Nessa perspectiva contemplam-se movimentos teóricos e clínicos que dizem respeito, especialmente: à relação entre a subjetividade do sujeito acompanhado na indisssociabilidade entre língua, fala e discurso; ao processo de percepção como constitutivo da aquisição de linguagem; à relação entre a fala e a escrita (e vice-versa) como norteadora do funcionamento cognitivo e psíquico desse sujeito. Considerando-se que a ecolalia esteve maciçamente presente nos primeiros dez anos de fonoterapia, diferentes questões se fizeram presentes em relação ao papel da ecolalia nesse acompanhamento longitudinal, apreciando, ainda, os estudos já realizados sobre o tema: A ecolalia tem ou não “função de fala”? Qual o destino da ecolalia nesse longo acompanhamento? A ecolalia, em algum momento, se caracterizou como um caminho alternativo de significação? Intimamente relacionado ao fenômeno da ecolalia, as situações de ocorrências e a diminuição de sua frequência ao longo do acompanhamento, está à necessidade da reflexão sobre as características do sujeito acompanhado em situação de relato, confluência de diferentes discursos. Como esse sujeito conta uma viagem que fez, por exemplo? O que nos provoca estranhamento em seu contar, mesmo sabendo que o autismo o atravessa? As análises desses recortes de dados revelam, assim, caminhos linguísticos que se deixam ver quando buscamos a compreensão da construção da subjetividade desse sujeito.