63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | O uso do clítico se: proposta de tipologia com base em dados do dialeto paulistano |
Autor(es): | Paula Bauab Jorge. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 09/05/2025 |
Palavra-chave | clticos, voz mdia, sintaxe gerativa |
Resumo |
Com base em dados extraídos do corpus Projeto SP2010: Amostra da fala paulistana, o presente trabalho buscou investigar os contextos nos quais os falantes do dialeto paulistano têm empregado o clítico ‘se’, bem como aqueles que apresentaram variação quanto ao uso desse elemento, aparecendo ora com, ora sem ele. Para o tratamento dos dados, tomamos como ponto de partida a análise de Burzio (1986) para o clítico ‘si’ do italiano – dentro do quadro teórico da teoria gerativa. A proposta do autor, baseada em critérios sintáticos, foi essencial para auxiliar na identificação de alguns tipos de clítico encontrados também em português brasileiro. Já em outra perspectiva, a da gramática cognitiva, valemo-nos da proposta de Kemmer (1993, 1994) para o domínio médio. Ao abordar aspectos como grau de distinção dos participantes e prototipicidade da ação, a análise da autora contribuiu não apenas para a distinção entre o ‘se’ médio e o reflexivo, mas também propiciou um novo olhar sobre os dados. A associação dessas duas perspectivas permitiu que chegássemos a uma proposta de tipologia que inclui os seguintes tipos de ‘se’: impessoal, ergativo, reflexivo, recíproco e médio (este engloba a categoria dos inerentes). Embora haja na literatura uma discussão acerca da perda do ‘se’ em português brasileiro, os dados do dialeto paulistano mostraram que ele ainda é encontrado na modalidade de língua oral, sendo inclusive inserido em contextos não esperados. Assim, a classificação proposta tem como objetivo, em um primeiro momento, identificar os tipos de clítico que ainda são mantidos pelos falantes e o papel que cada um deles exerce, ao se combinar com os outros elementos da sentença. Além disso, ela pode auxiliar a verificar se os fenômenos de variação e supressão do clítico na fala estariam restritos a determinados contextos ou a determinado tipo de ‘se’. Acreditamos que uma abordagem capaz de aliar aspectos sintáticos e semânticos a partir de dois quadros teóricos distintos pode contribuir para a investigação do uso do ‘se’ no dialeto paulistano e, consequentemente, no português brasileiro. (Apoio: Capes) |