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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A DESCOBERTA CLÍNICA FREUDIANA E O DISCURSO SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Autor(es): Valeria Regina Ayres Motta, Bruno Molina Turra. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Relao Professor/Aluno, Transferncia, Lngua Estrangeira
Resumo

Como a psicanálise pode contribuir para pensarmos o ensino de língua estrangeira sem que se trate de uma aplicação? Esta pergunta insiste em nossa trajetória de estudos no campo discursivo de matriz francesa, lugar esse que não se abstém de um cruzamento possível com a teoria psicanalítica. Para nós, uma via de articulação que acreditamos possível entre a psicanálise e outros campos do saber é a da implicação. Assim, neste estudo, problematizamos o discurso sobre o ensino de língua estrangeira partindo do fato de haver inconsciente e, nessa direção, trazemos a seguinte indagação: de que modo o fato de haver inconsciente produz efeitos ao se pensar o ensino de língua estrangeira? A descoberta clínica de Freud de um tipo novo de amor, o qual ele denominou transferência, é a pedra de toque de onde questionamos os discursos sobre o ensino de língua estrangeira, mais especificamente aqueles sobre a relação professor/aluno. Dois textos desse autor são trazidos para conduzir esta reflexão. Um deles é o prólogo que Freud escreve ao livro do pedagogo August Aichhorn em que ele propõe as três profissões impossíveis, quais sejam, educar, governar e analisar – essa questão retornará na Análise terminável e interminável (1937). O outro texto é um pequeno artigo de Freud escrito em comemoração ao cinquentenário do colégio em que estudara no qual o autor fala justamente sobre sua relação com um de seus professores. A partir desses textos, propomos aproximar o educar do ensinar pela via desse impossível que indica o autor em seu trabalho de 1937, um impossível que, acrescentamos, diz respeito ao impossível da língua. Assim, com esse percurso de leitura, buscamos pontuar a impossibilidade intrínseca ao ensino de língua estrangeira não apenas pela via da incompletude da língua, mas também pela hiância constitutiva da relação posta em cena na sala de aula.