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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Um olhar experimental para a posição do adjetivo no sintagma nominal
Autor(es): TATIANE GONALVES SUDR. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave semntica dos adjetivos de grau, colocao do adjetivo no sintagma nominal, abordagem experimental
Resumo

O exame de um corpus de fala carioca revelou que os adjetivos com mobilidade quanto à ordem relativa ao núcleo do sintagma nominal se classificavam como de grau relativo. Um experimento de julgamento de gramaticalidade confirmou essa análise. Adjetivos de grau promovem comparação implícita; a subclasse dos relativos (AGR) é de escala aberta e toma um dos seus termos de comparação do contexto (Kennedy e McNally 2005).

Alguns adjetivos, porém, ao mudarem de posição, os AGRs mudam também de sentido (ex.: ‘o namorado novo’ = de pouca idade; ‘o novo namorado’= o mais recente). Um mesmo adjetivo (p. ex., ‘novo’,) pode ter interpretação intensional ou extensional (Partee 1975, Zamparelli 1993, Borges 1999 etc.). Na extensional, o adjetivo é uma propriedade do objeto denotado pelo nome. Na intensional, o AGR é uma propriedade de um conceito conotado pelo nome. Enquanto o AGR pré-nuclear diz que o ser designado pelo nome ‘namorado’ é um elemento do conjunto dos jovens, o AGR pós-nuclear diz que o indivíduo apontado dentro do conjunto dos namorados de alguém tem esse título no tempo presente. Nossa hipótese é a de que em posição pré-nuclear o AGR sofre restrição de domínio, gerando apenas a leitura intensional; já na posição pós- nuclear, o AGR está livre em seu domínio e podem ganhar interpretação extensional ou intensional. Um teste-piloto foi desenvolvido e está sendo aplicado para verificar se a interpretação dos AGRs no Sintagma Nominal (SN) muda quando é alterada sua posição sintática. Três imagens serão apresentadas ao participante. Uma criará um contexto de favorecimento à interpretação intensional, outra, de favorecimento à extensional para cada AGR, e a terceira imagem, distratora/controle, ilustra um adjetivo sem grau. A tarefa do participante é escolher a imagem que corresponde à descrição verbal ouvida. Cada participante vai ouvir uma única descrição, contendo ou o AGR pré-nuclear, ou o AGR pós-nuclear, ou um controle. Cada participante vai escolher a imagem mais adequada à sua interpretação da sentença dada. Se nossa hipótese estiver correta, esperamos que as sentenças com AGR pré-nuclear levem a escolher apenas imagens representativas contextos intensionais. Já as sentenças que trazem os AGRs pospostos poderão levar a imagens emblemáticas de contextos extensionais ou intensionais. Ao confirmar ou refutar experimentalmente nossa hipótese, estaremos avançando no conhecimento da colocação e da semântica dos adjetivos e da periferia esquerda do SN.