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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Leitura na escola: interpretando os cruzamentos sígnicos dos textos
Autor(es): Ivana Quinto de Andrade. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Leitura, Textos , Interao
Resumo

O tempo inteiro, inúmeras informações chegam até nós. São frases orais e escritas, além de mensagens em forma de fotografia, pintura, aroma, melodia, textura, gestos, silêncios, etc. São textos verbais e não verbais com os quais temos que lidar diariamente, em diferentes situações. Compreender o que esses textos dizem, onde dizem, por que dizem, para quem dizem, e o que pretendem quando dizem nos parece ser um dos maiores desafios da interação social. Afinal, há muitos acontecimentos neste mundo que precisam ser lidos como “textos”. Para isso, mais do que sermos capazes de decodificar o conjunto dessas linguagens, é preciso, principalmente, compreender a relação semântico-semiótica existente entre elas. Então, onde adquirir essas habilidades?

Considerada como o espaço onde os indivíduos aprendem a ler e a escrever, a escola construiu algumas imagens para a leitura. Uma delas é a da leitura como uma prática que se realiza quase exclusivamente por meio de textos escritos. No entanto, não se pode reduzi-la a apenas esse tipo de interação. Por isso, é preciso disseminar nas escolas a necessidade de se conjugar o trabalho de leitura de textos escritos com os diversificados cruzamentos sígnicos a que alunos – e professores - são frequentemente expostos.

Pretendemos, assim, contribuir para o ensino de leitura escolar que considere a interpretação não apenas como o conjunto de perguntas sobre o texto lido, mas como habilidade primordial para a leitura eficaz de qualquer texto – verbal ou não verbal.

O ato de ler pode ser pensado de várias formas. Aliás, o que pensamos de um processo dirige o modo como executamos esse processo. Ou seja, a prática se funda na teoria e é por esta orientada. Um possível referencial teórico, de cunho interacionista, se inclui numa das correntes da Linguística Textual: a Abordagem Global. Ela surgiu na França, no final dos anos 70, e propõe a leitura, em sala de aula, de textos verbais e não verbais, em que o conhecimento prévio do aluno determina os graus de compreensão da leitura e as hipóteses sobre os sentidos do texto.

Essa teoria irá nos ajudar a criar estratégias, por meio de oficinas, para ensinar o aluno a ler um texto-escritura, um texto-pintura, um texto-melodia, um texto-artesanato, um texto-olhar, um texto-aroma, um texto-dança, um texto-chegada, um texto-despedida, etc -, de forma a dar aos signos um papel no mundo; ou melhor, dar ao signo interrogativo um papel significativo.