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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O paulistano em diferentes enciclopédias: constituição de uma memória de (diversos) saberes
Autor(es): Ana Cludia Fernandes Ferreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave enciclopdias, saberes, lnguas
Resumo

Da perspectiva da Análise de Discurso e em articulação com a História das Ideias Linguísticas, este trabalho propõe estudar, em enciclopédias impressas e virtuais (tomadas como artefatos tecnológicos), a questão dos sujeitos e das línguas do/no Brasil na constituição do conhecimento sobre a linguagem, o espaço e o saber urbano. Dessa perspectiva, o presente trabalho se articula a duas outras áreas: Saber Urbano e Linguagem, e Linguagem, Conhecimento e suas Tecnologias. Nesse espaço de articulação, busco analisar, especificamente, a constituição de uma memória de saberes a respeito do paulistano em artigos sobre a cidade de São Paulo da Enciclopédia Abril (1976), da Wikipédia e da Desciclopédia, bem como no artigo “Paulistanês”, da Desciclopédia. Esta análise está permeada por questões como: O que se constrói como “algo a saber” sobre os sujeitos, as línguas e a cidade nesses artigos? Que memórias vão sendo aí mobilizadas? De que modo as memórias que constituem esses diferentes artigos, se mantêm no espaço do dizível que advém das enciclopédias impressas (mais legitimadas)? E de que modos a Wikipédia e a Desciclopédia promovem uma abertura para a constituição de outros espaços de dizer? Através dessas análises, será possível mostrar como, ao dizer sobre São Paulo, cada um desses artigos (não) diz sobre o sujeito paulistano e sobre as línguas da história da cidade. Isso possibilitará vislumbrar algumas permanências de sentidos sobre o paulistano que atravessam esses diferentes artigos e, ao mesmo tempo, entrever certas particularidades dos artigos de cada enciclopédia, com destaque para algumas possibilidades de movimento no espaço do dizível que abrem para sentidos outros sobre as línguas desse/nesse espaço. Ao dar visibilidade para o que permanece e para o que emerge no espaço de dizeres desses artigos, este trabalho contribui para mostrar como os sentidos de paulistano se constituem por uma memória de (diversos) saberes, atravessada por uma divisão entre saberes “comuns” e saberes “científicos” que não coincidem necessariamente com a divisão entre os saberes legitimados da enciclopédia impressa e os saberes das enciclopédias virtuais.