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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: MODALIDADES NO DISCURSO DE AUTOAJUDA PARA ADOLESCENTES
Autor(es): Marlia Molina Furlan. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave modalidade, discurso de autoajuda, adolescentes
Resumo

Um dos principais objetivos de nossa pesquisa atual é o de buscar indícios de que nas obras de autoajuda para jovens garotas o modo de enunciação de seus textos se assemelha mais ao que é prototípico do discurso de autoajuda do que o  de obras para adolescentes de ambos os sexos, considerando-se, para tanto, o aparato teórico-metodológico da Análise do Discurso de linha francesa. Nesta apresentação, discutir-se-á o primeiro indício de que esse modo de enunciação das obras de autoajuda para o público jovem feminino é diferenciado daquele das obras destinadas ao público adolescente em geral: o uso da modalidade. Observando-se os princípios teóricos  funcionalistas de Hengeveld (2004) sobre modalidades, comparamos os dados estatísticos sobre a presença dos modais nos dois tipos de obra e os contextos e efeitos de sentido dos usos dos modais deônticos, epistêmicos, facultativos e evidenciais nas obras para os diferentes públicos considerados. Nessa análise, podemos verificar a diferenciação das obras para adolescentes e para as adolescentes pelos seguintes resultados encontrados, a saber: a) uso acentuado de modais facultativos nas obras direcionadas às garotas, indicando a habilidade ou capacidade do participante do evento descrito na proposição em realizá-lo, o que não ocorre com tanta frequência nas obras para o público jovem em geral; b) uso acentuado de modais deônticos sem a presença de recursos linguísticos de atenuação do direcionamento das ordens prescritas pelo enunciador ao público-alvo das obras, atenuação essa que aparece nos usos da modalidade deôntica nas obras para o público adolescente em geral; c) presença pouco significativa de evidenciais de 1ª pessoa nas obras para as adolescentes; d) presença menos recorrente de epistêmicos nas obras para o público feminino do que nas obras de autoajuda para adolescentes de ambos os sexos. De forma geral, pode-se perceber um modo de enunciação mais autoritário e impositivo nas obras para as adolescentes do que nas obras para o público adolescente de ambos os sexos, característica típica do modo de enunciação desse tipo de discurso para o público adulto (BRUNELLI, 2004). (Apoio:  Capes)