63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | Uma história de sentidos da língua em documentos da educação brasileira |
Autor(es): | Carolina de Paula Carolina de Paula Machado. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | lngua, linguagem, designao |
Resumo |
Quais são os sentidos de língua portuguesa, relacionados também a linguagem e língua, encontramos em importantes documentos de referência para a educação brasileira? Partindo desta pergunta, analisamos a Introdução e o Caderno de Língua Portuguesa dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 1997, documento que traz os parâmetros para o ensino de Língua Portuguesa e para as outras disciplinas que fazem parte do currículo escolar brasileiro. Fundamentados na Semântica do Acontecimento em diálogo com a Análise de Discurso francesa e na História das Ideias Linguísticas, entendemos que os sentidos constituem-se historicamente na relação com o social e com o político, no acontecimento enunciativo, e no caso dos documentos, a relação com a escola e o Estado também são significativas. Assim, considerando que o documento está relacionado com saberes já produzidos e que determinam, semanticamente, os saberes que passam a circular na escola na forma de gramáticas e materiais didáticos, analisamos a Lei 9394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Muitos sentidos se constituem nas textualidades desses documentos, desse modo seguimos a trilha de um desses sentidos, o que define a língua comparando-a a um instrumento. Continuamos então a observar mais outros documentos: a Lei 5692 de Diretrizes e Bases da Educação de 1971, o Parecer 853/71e a Resolução no 8/71 que resulta da lei. Tivemos como objetivo analisar o que significa os sintagmas nominais Língua Portuguesa, língua e linguagem nesses materiais e, nessa medida, que possíveis filiações teóricas estariam envolvidas nessa concepção de língua. Buscamos analisar as designações (Guimarães, 2002) desses sintagmas, conceito que trata dos sentidos que se constituem nas textualidades, utilizando para isso dois conceitos que são procedimentos que produzem a textualidade: a reescrituração e a articulação (Guimarães 2002;2007). Ao realizar essa análise considerando o acontecimento enunciativo, distintos memoráveis são recortados, assim identificamos a presença da comparação/definição “língua como instrumento de comunicação” mesmo nos documentos da década de 90 que trazem outras definições para a língua e a linguagem. |