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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A fronteira poética de Douglas Diegues
Autor(es): Thais Ferreira Pompeo de Camargo. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave portunhol selvagem, poesia, Douglas Diegues
Resumo

Nesta comunicação busca-se analisar poeticamente o portunhol selvagem usado por Douglas Diegues tanto em sua poesia como em seus textos como jornalista cultural/literário. É uma produção que, frequentemente, discute as várias possibilidades da palavra fronteira, a começar pela opção pelo uso do portunhol selvagem, que é uma língua não oficial, uma língua apátrida que mistura português, espanhol e guarani, muito falada na fronteira oeste do Brasil e que aparece desde o seu primeiro livro, Da gusto de andar desnudo por essas plagas (2002). Segundo Myriam Ávila, organizadora de antologia crítica da obra de Diegues, o portunhol selvagem foi a solução linguística que libertou o autor da sintaxe do português culto que lhe endurecia os versos. Diegues é uma voz que reverbera a partir de uma região fora dos grandes centros de cultura e de literatura do Brasil e da América Latina. Seus textos são contaminados por um olhar agudo e afeito à crítica do dia, um cronista de sua época com um tom (na maioria das vezes) escrachado. Sua poesia, sua produção jornalística e o portunhol selvagem formam um sistema dinâmico que trabalha repetidamente a mesma poética. Porém, a fronteira do poeta não fica reduzida ao local do limite geográfico: ele a amplia como faz um caleidoscópio, criando uma infinidade de reflexões e possibilidades acerca desse mesmo tema. Sua estreia oficial na poesia se deu após anos de ligação com o jornalismo cultural/literário. Como editor do suplemento literário Palavra-boa, em Campo Grande, MS, trouxe à tona o trabalho de artistas e intelectuais da região do cone sul-americano, fornecendo, semanalmente, peças para que o leitor pudesse ser capaz de montar o seu próprio quebra-cabeça acerca de uma poética sul-americana. Para sustentar o debate ora proposto, serão analisados trechos dos livros de poesia de Douglas Diegues: Uma Flor na Solapa da Miseria e El astronauta Paraguayo, assim como excertos do suplemento literário editado por ele, o Palavra-boa, entre 2000 e 2002, no jornal A Folha do Povo, de Campo Grande, MS. Como aporte teórico estão os textos: O Narrador, de Walter Benjamin; O Contemporâneo, de Giorgio Agamben; Douglas Diegues por Myriam Ávila, de Myriam Ávila; e Jornalismo Cultural, de Daniel Piza.