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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: As famílias e suas relações com as escolas nos processos de aprendizado da leitura e da escrita de crianças: experiências de diagnóstico
Autor(es): Monica Filomena Caron. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Psicodiagnstico, Aquisio de escrita, neurolingustica
Resumo

A pesquisa apresenta um estudo das famílias de crianças encaminhadas para tratamentos diversos (hospitalares, médicos, psicológicos, etc) por apresentarem dificuldades no aprendizado formal da escrita,  comumente tratadas como doenças recebendo nomes  como: Transtorno do Déficit de Atençao (TDAH), Dislexia, Dificuldades de Aprendizagem, entre outros. A família,  primeiro campo de socialização para a criança, é onde são desenvolvidos o crescimento físico, pessoal e emocional. Assim, é considerada como um sistema complexo e mutável de organização social, imerso em um contexto espaço-temporal em que coexistem diferentes padrões, estruturas e funções e, de acordo com essas interações, afirma-se a relação com a saúde e as doenças. Há um desequilíbrio causado pelas doenças que faz com que os familiares sofram   com diversos sentimentos, como a preocupação, o medo e a angústia face ao desafio que é conviver com uma doença e aprender a gerir e a atender às necessidades do doente e dos outros membros da família. O medo da incapacidade também é sempre presente, uma vez que uma doença pode ter o caráter permanente e de acumulação residual de incapacidades (MARTINS; FRANÇA; KIMURA, 1996). Na pesquisa foi feito um acompanhamento longitudinal de famílias, cujas crianças eram atendidas no Ccazinho. Constatou-se que a comunicação acerca de doenças exige um cuidado quanto ao que as pessoas entendem como doença, um tema causador de sofrimento para a famílias, que possuem valores, crenças e percepções próprias da infância que se apresentam como um filtro, pelo qual passa toda a informação ouvida, lida e percebida, levando-as a interpretar as doenças. Privá-las de informações impede a sua aproximação ao tema. Ao proporcionar às famílias a oportunidade de debate, de procedimentos e de entender as suas necessidades terapêuticas, bem como suas limitações, coloca-se a família numa posição em que ela compreende que pode participar de maneira ativa na situação, através da abertura à comunicação e ao questionamento, possibilitando até mesmo sua colaboração nas estratégias terapêuticas. A pessoa só atua em sua realidade quando tem consciência de sua condição e autonomia para atuar sobre ela a partir de sua capacidade de reflexão crítica sobre si e seu contexto. Autonomia significa liberdade ou não estar sob opressão de um autoridade dominadora. O exercício da liberdade é expresso pela sua ação de escolha e assunção de sua responsabilidade. Este é o objetivo da nova educação em saúde ou modelo dialógico, o de preparar os indivíduos para serem autônomos no processo saúde-doença (FREIRE, 1996).