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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Institucionalização da Leitura no Brasil: do livro ao dispositivo eletrônico
Autor(es): Cidarley Grecco Fernandes Coelho. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Anlise de Discurso, Livro, Leitura
Resumo

Articulando História das Ideias Linguísticas e Análise de Discurso, este trabalho propõe uma reflexão sobre leitura e tecnologia no discurso da legislação que institui a Política Nacional do Livro – PNL – pela Lei 10.573/03, bem como o projeto de lei em tramitação (PL 4534/12), que altera a definição de livro e seus equiparados. A língua, na textualização da legislação, é condição para o funcionamento do discurso, e, da perspectiva de uma análise materialista, a materialidade específica da ideologia é o discurso e a do discurso é a língua. Assim, o objetivo é analisar o funcionamento de um processo amalgâmico da relação entre livro, leitura e (novas) tecnologias, na institucionalização da leitura no Brasil. Livro, leitura e tecnologia, objetos que no discurso das políticas públicas, estão colocados em relações de força, conforme Pêcheux (1997), e como “forma de administração do sujeito social” (ORLANDI, 2008).  Essas políticas públicas reiteram constantemente um discurso da falta de leitura e de leitores no país, do acesso aos livros e da necessidade de formação de leitores. Deste modo, a tecnologia é vista como imprescindível para o processo que pretende suprir essa falta e assegurar a cidadania aos sujeitos. Segundo Orlandi (2008), a cidadania é compreendida como apenas um argumento a mais e não uma qualidade histórica do sujeito. Portanto, interessa-nos o funcionamento desta injunção na qual a língua, a leitura e o livro, na relação com a tecnologia, são tomados como produtos e não processos, o que coloca em questão uma valorização de dispositivos eletrônicos de leitura. Pensando nos sentidos (e nos apagamentos) dados à tecnologia: há o esquecimento de que o livro impresso também é uma tecnologia, e nesse esquecimento, os sentidos para livro aparecem como já dados, restando apenas garantir o acesso às tecnologias e normatizar a leitura pela formação de leitores para a cidadania.