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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: QUESTÕES SOBRE POLÍTICA E EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA: PENSANDO O CENÁRIO MULTILÍNGUE DE TIMOR-LESTE
Autor(es): Helena Karla Isoppo Schmid. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Polticas lingusticas, educao bi/multilngue, Timor-Leste
Resumo

O século XXI está marcado pelo reflexo tardio das grandes mudanças ocorridas nas áreas sócio-histórica, cultural, econômica e tecnológica, que agora moldam o cotidiano pós-moderno (HALL, 2006). Refletir sobre tais mudanças e suas implicações para o desenvolvimento social faz parte do atual movimento de criticidade exercitado por alguns grupos dentro da grande área das ciências humanas, na qual se insere os estudos pós-coloniais. Em relação aos estudos da linguagem e à teorização acerca da difusão da Língua Portuguesa em um mundo globalizado (MOITA-LOPES, 2006) é que o país Timor-Leste, localizado no sul da Ásia, uma das mais jovens nações do novo século, se apresenta como cenário de investigação. Timor-Lorosa'e, como é conhecido o país no idioma Tétum, teve um longo e conturbado processo histórico até culminar na sua independência e formação de seu Estado. Colônia de Portugal até 1975, e dominado pelo país vizinho, Indonésia, até 1999, teve sua independência restaurada definitivamente apenas em 2002. Nessa ocasião, à língua portuguesa e à língua tétum foram atribuídas o status de línguas oficiais. Por consequência das atuais relações econômicas e geopolíticas com a Austrália e a Indonésia, países vizinhos de Timor-Leste, ao inglês e à língua indonésia foi atribuído o status de línguas de trabalho. Enfatize-se, além disso, que o país hoje apresenta em seu atlas sociolinguístico mais de 16 línguas nativas e que, em decorrência de sua formação sócio-histórica, a língua portuguesa ocupa um papel central na constituição da identidade leste-timorense, já que é a partir da representação acerca dessa língua que se dá a construção de seu ideal identitário de nação (VALE DE ALMEIDA, 2002; ANDERSON, 1983). O ambiente sociolinguístico leste-timorense mostra-se, então, multilíngue e multicultural, de forma peculiar, pois abriga diferentes línguas em interação assimétrica de acordo com suas funções e necessidades. Tendo em mente esse complexo ambiente sociolinguístico e teorizações sobre pocessos educativos em contextos de multilinguísmo (MARTIN-JONES, 2012; MAHER, 2010; GARCIA, 2009), meu objetivo nesta comunicação é, apoiada em dados empíricos referentes a uma pesquisa qualitativa em andamento, discutir as implicações da atual política linguística oficial de Timor-Leste – e de suas relações geopolíticas contemporâneas – na implementação de um ensino bi/multilíngue que vise propiciar igualdade social no país.