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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: ENTRE A HISTÓRIA E A FICÇÃO: UM ESTUDO DA PERSONAGEM GREGÓRIO DE MATOS EM BOCA DO INFERNO DE ANA MIRANDA
Autor(es): dila de Cssia Souza Santana. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Metafico Historiogrfica, Literatura Brasileira, Gregrio de Matos
Resumo

No estudo a ser apresentado nessa comunicação proponha-se analisar a representação do personagem histórico Gregório de Matos no romance Boca do Inferno (1989), da escritora Ana Miranda. Criado com base em uma perspectiva histórica, a obra é um romance histórico que narra episódios da Bahia colonial no século XVII durante o governo do militar António de Souza de Menezes, apelidado de Braço de Prata. Nesse contexto o romance apresenta características que remetem ao período em questão, focando-se em elementos como a linguagem em relação aos registros escritos que se têm da época representada e na construção ficcional de acontecimentos e de personagens históricas. Uma dessas personagens é o poeta barroco brasileiro Gregório de Matos, que é representando por meio da ênfase em suas características mais emblemáticas, como as sátiras aos poderosos, sua indignação diante da situação política do país, dos costumes da sociedade e dos males que levaria a ruína da sociedade colonial. Nesse sentido, analisar-se-á os aspectos que configuram a formação da personagem Gregório de Matos em Boca do Inferno, tendo como suporte os registros que celebram sua personalidade histórica e literária. Os estudos historiográficos realizados por James Amado (1990) Gregório de Matos – Obra poética, e das autoras Regina Zilberman e Maria Eunice Moreira (1998) O berço do cânone: textos fundadores da história da literatura brasileira apresentam os aspectos da vida, o recorte temporal da produção poética de Gregório de Matos, suas influências e afiliações. Sobre a configuração da personagem de ficção, Antônio Candido (2002) e Beth Brait (1985) revelam que é a personagem que com mais nitidez torna patente a ficção, e através dela a camada imaginária se adensa e se cristaliza. À análise sobre a relação literatura e história no romance, Linda Hutcheon (1985) com os conceitos da metaficção historiográfica, Antônio Roberto Esteves (1998), Hayden White (1994) intensificam a relação possível entre literatura e história, na perspectiva de resgatar fatos por vezes pouco explorado pela história. Constata-se que as semelhanças e as diferenças que interagem no contexto textual, dimensionam os mecanismos utilizados para a construção do romance, bem como na representação do personagem Gregório de Matos, levando em consideração o resgate histórico feito pela literatura, sua relação com o contexto no qual foi produzido ao trazer a história da Bahia colonial, do Brasil, para o romance, num exercício de liberdade que desconstrói e apresenta uma nova história.