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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O embate de vozes sociais em canções sertanejas universitárias: questões de gênero
Autor(es): Schneider Pereira Caixeta. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Discurso, Vozes sociais, Sertanejo Universitrio
Resumo

Este trabalho visa analisar o discurso das canções do estilo musical Sertanejo Universitário no que tange à representação dos gêneros masculino e feminino, a partir do conceito de vozes sociais, do Círculo de Bakhtin. Para a Análise Dialógica do Discurso, no enunciado, as vozes sociais estão em constante embate e cercam a todo e qualquer sujeito discursivo, sendo elas materializadas nos signos (verbais e musicais). Cada enunciado é tanto uma resposta a enunciados anteriores que o precedem quanto a enunciados futuros (uma vez que suscitam respostas outras). A história da música sertaneja por si só já é capaz de revelar uma escassez de mulheres cantoras em oposição à intensa predominância de cantores homens. O nosso corpus, composto por três canções do Sertanejo Universitário – uma original, composta e interpretada por homens (“Camaro Amarelo” – da dupla sertaneja Munhoz & Mariano) e duas respostas às originais, compostas e entoadas por mulheres (“Resposta Camaro Amarelo”, de Maria Rita e “Para de Fazer Doce”, de Thayssa Mendez) – possibilita visualizar uma batalha discursiva entre gêneros (masculino e feminino) no que concerne à temática valorização de si. ao contrário da canção acima, gravada, produzida e distribuída por uma grande gravadora, as respostas geralmente circulam no ambiente virtual, sem qualquer apoio da indústria fonográfica em sua produção e circulação.Os três enunciados, como não poderia deixar de ser, comportam uma pluralidade de vozes sociais. No caso específico das canções analisadas, elas ora enaltecem e ratificam a alta autoestima masculina e a baixa autoestima feminina, ora polemizam com a valorização masculina, que se afirma, nas canções estudadas, pela desvalorização feminina e, da mesma maneira, apresentam posicionamentos invertidos (valorização do feminino em detrimento do masculino). Instaura-se, ao se considerar o movimento entre as canções oficiais e as respostas a essas canções, uma arena onde a “guerra dos sexos” impera, em busca de autoafirmação.