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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Aspectos sociolinguísticos das línguas em contato na fronteira Brasil-Bolívia.
Autor(es): ROSANGELA VILLA DA SILVA. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Sociolingustica., Lnguas em contato., Fronteira Brasil-Bolvia.
Resumo

De Saussure, estruturalista que defendia que para a língua desempenhar as suas funções na sociedade ela deveria organizar-se como um sistema de forma unitária e homogênea; a Jakobson, com as orientações sobre a função social da linguagem (Funcionalismo), destacando Chomsky com a teoria do Gerativismo e sua importante contribuição acerca da competência e  desempenho do falante, registra-se a proposta de estudo iniciada por William Labov que estabeleceu o método de análise da variação e da mudança linguística, assumindo, portanto, ser a língua um objeto heterogêneo e suscetível de mudança sob o efeito de variáveis linguísticas e sociais. Assim, surgiu a sociolinguística como um ramo da linguística. A sociolinguística descreve a língua em uso numa perspectiva social e tenta explicar a variação por meio de fatores sociais. Nessa esteira, confrontou o Estruturalismo para quem a variabilidade e a mudança eram associadas aos processos que ameaçavam a funcionalidade da língua. A partir de 2008,   seguindo os postulados da sociolinguística variacionista, o Grupo de pesquisa Línguas em contato e políticas linguísticas para áreas de fronteira da UFMS, campus do Pantanal, tem realizado estudos iniciais de descrição de uso das línguas portuguesa e espanhola em contato na fronteira Brasil-Bolívia, em Corumbá/MS e em Puerto Quijarro/Bolívia. Nesse contexto, este trabalho pretende descrever os fatores sociolinguísticos que influenciam a variação linguística observada nesta fronteira e descrever os fatores sociais que causam algum efeito sobre a atitude de brasileiros diante de bolivianos e de bolivianos diante de brasileiros nesta fronteira seca do Brasil com a Bolívia, em Corumbá/MS. O aporte teórico-metodológico empregado na coleta e a interpretação de dados foi o da sociolinguística variacionista laboviana (Labov, 2008), as reflexões de Louis-Jean Calvet (2002), as orientações de Lucchesi (2004) e Tarallo (2003). Serão apresentados relatórios de alguns trabalhos já concluídos pelo Grupo, tais como, os de Nedy de Barros (2014), de Cleber Santos Jaime (2010), de Lívia Gaertner (2010) e de Stael Ferreira (2013). Registram-se nesses anos de observação assistemática de uso das línguas nesta fronteira, que os bolivianos demonstram grande interesse em aprender o português por várias razões, dentre as quais, as comerciais, enquanto os brasileiros demonstram uma atitude de desinteresse e até algum preconceito com os bolivianos, seus hábitos e cultura e com a variedade sul-americana da língua espanhola falada neste território.