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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Axiologização e destinador transcendente na Bíblia Sagrada
Autor(es): Dario de Araujo Cardoso. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Axiologizao, Destinador transcendente, Discurso religioso
Resumo

No Dicionário de Semiótica (2012, p. 255-256), Greimas propôs a existência de uma subclasse de discursos narrativos em que o sujeito é “o Destinatário de um Destinador transcendente, o qual o institui como sujeito com o auxílio de comunicação participativa (que permite comunicar objetos-valor sob a forma de doações, sem com isso deles se privar...).” Em Sobre o sentido II (2014, p. 42, 56-57), ele afirmou que, na qualidade de mediador entre o universo imanente e o universo transcendente, ao Destinador transcendente compete o estabelecimento do valor do valor no universo imanente atuando como fiador da circulação dos valores neste universo. Os discursos fundadores, por serem responsáveis pela instauração de novas formas de ser e fazer na sociedade, pertencem a essa subclasse de discursos narrativos. A Bíblia Sagrada, na qualidade de discurso religioso de caráter fundador, constitui-se espaço privilegiado para demonstrar o funcionamento desse mecanismo de estabelecimento dos valores. É característico desse texto um modo de discursivização peculiar que constrói o sentido de palavra revelada ou palavra de Deus. A partir de textos do evangelho de Lucas demonstra-se como o enunciador transfere para esse Destinador transcendente a origem e a manutenção dos valores que sustentam o discurso, ao mesmo tempo em que realiza o fazer persuasivo com base nesses valores. Constitui assim tanto as estruturas axiológicas elementares que dão início ao percurso gerativo do sentido, quanto as estruturas axiológicas figurativas, a temática que instaura a cena enunciativa e o gênero discursivo, no caso, o discurso religioso. Esse processo de axiologização com base em valores transcendentes se manifesta na semântica discursiva, nos programas narrativos e nas sanções imputas aos sujeitos da narrativa. A pesquisa foi desenvolvida a partir dos trabalho de Tatit sobre a foria em Semiótica à Luz de Guimarães Rosa (2010), de Fiorin sobre a enunciação em Astúcias da enunciação (2010) e de Discini sobre a actorialização em Corpo e Estilo (2015).