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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: REPRESENTAÇÕES DO TRABALHADOR (IN)VISÍVEL DAS MURALHAS
Autor(es): EVELYN YAMASHITA BIASI. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave TRABALHADOR DE MURALHA, INVISIBILIDADE NO TRABALHO, RECONHECIMENTO NO TRABALHO
Resumo

O presente trabalho refere-se a uma pesquisa de mestradoque propõe a análise dos processos identitários do agente de escolta e vigilância do estado de São Paulo. A base teórica está fundamentada na Análise do Discurso de linha francesa nos autores que compreende o discurso como lugar onde se pode observar a relação entre língua e ideologia do sujeito que é clivado, incompleto e inconsciente. Para tanto, propõe-se como objetivos norteadores: investigar como os riscos pessoais influenciam na formação dos processos identitários desse trabalhador e descrever as relações ideológicas e de saber-poder presentes nas relações do trabalho do sistema penitenciário. O córpus foi constituído por meio de entrevistas semi-dirigidas com oito profissionais que atuam na função há mais de cinco anos e em diversas localidades do interior do Estado de São Paulo. A escolha dos recortes de análise se deu a partir do método foucaultiano arquegenealógico, pautado especialmente nas regularidades do discurso. Os resultados encontrados indicamque as representações no trabalho são permeadas por contradições que envolvem a invisibilidade versus visibilidade do trabalhador. O sujeitoa credita que quanto maior invisibilidade tem o seu trabalho maior é a eficácia do mesmo, pois para que seu trabalho se torne efetivo é necessário que não apareça. No entanto, o sujeito marca a representação do risco pessoal a partir das condições de trabalho que envolve o sinóptico partilhado entre o ato de vigiar e ser vigiado pelo outro. As formas de reconhecimento no trabalho são permeadas pelo binômio impotência versus poder. Sobre o primeiro aspecto, o trabalhador representa o desconforto pela produção do “nada”; o sujeito não se reconhece naquilo que faz porque o seu trabalho não culmina em produto material. Por outro lado, as formas de reconhecimento no trabalho são permeadas pela relação de poder do trabalhador frente à população carcerária e a geral; o sujeito se vê como sendo um agente da ordem e da proteção social.