63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | O lugar das práticas de letramento na esfera escolar: um estudo sobre o encontro aula de Língua Portuguesa |
Autor(es): | Hellen Melo Pereira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | Aula de Lngua Portuguesa, Letramentos dominantes, Horizontalizao das prticas de letramento |
Resumo |
A discussão que buscamos empreender com a apresentação deste estudo tem por base dados e interpretações gerados em pesquisa de mestrado desenvolvida no ano de 2014 que, inserida no universo temático do ensino e da aprendizagem de língua materna, teve como foco a aula de Língua Portuguesa, a qual buscamos conceber como encontro (PONZIO, 2013; 2014) entre professor e alunos. Tal estudo, com orientação teórico-epistemológica de base histórico-cultural, articula a perspectiva vigotskiana no campo da psicologia da linguagem, proposições bakhtinianas no campo da filosofia da linguagem, além dos estudos do letramento, e tem como objetivo depreender implicações das práticas de letramento (STREET, 1988; BARTON, 2010 [1994]; HAMILTON, 2000) que constituem subjetivamente professor e alunos em processo de escolarização que objetiva a apropriação dos letramentos dominantes (BARTON; HAMILTON, 1998). Para tanto, constituiu-se em estudo de caso (YIN, 2001) do tipo etnográfico (ANDRÉ, 1995) com abordagem qualitativa de base interpretativista (MASON, 1996) e realizou-se em uma escola da rede pública estadual de Santa Catarina, situada na cidade de Florianópolis, em contexto de vulnerabilidade social. No intuito do delineamento de inteligibilidades para questões socialmente relevantes no âmbito do ensino de língua materna, a pesquisa gerou dados por meio de entrevistas, observação participante, notas em diário de campo, pesquisa documental e roda de conversa, por meio dos quais foi possível caracterizar práticas de letramento docentes e discentes e depreender possíveis (não) convergências entre elas. Em se tratando dos participantes de pesquisa, o estudo apontou para um significativo grau de convergência entre essas mesmas práticas, do que pudemos depreender implicações tais – na constituição subjetiva dos interactantes e nas relações intersubjetivas ali engendradas – que a apropriação (VIGOTSKI, 2010 [1934]; WERTSCH, 1985) dos letramentos dominantes por parte dos alunos na aula de Língua Portuguesa parece não se efetivar, de modo que também a horizontalização (KALANTZIS; COPE, 2006) de suas práticas de letramento revela-se obstaculizada. Fica em xeque, além disso, a condição efetiva de encontro, no sentido com que vínhamos tomando o conceito. |