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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: As Histórias em Quadrinhos e os limites gráficos da Tradução
Autor(es): Adriano Clayton da Silva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Traduo, Histria em Quadrinhos, Multimodalidade
Resumo

O objetivo deste trabalho é entender como os elementos não verbais afetam as escolhas do tradutor de Histórias em Quadrinhos (HQs). Por elementos não verbais devem ser entendidas tanto as imagens desenhadas pelo quadrinista, quais sejam as representações de pessoas, objetos etc., quanto os elementos quadrinísticos (EQs), que são os balões, as onomatopeias, as linhas de movimento e outros recursos gráficos consagrados pelo uso em cada sociedade consumidora de HQs. Considerando o contexto da indústria editorial brasileira de HQs traduzidas, no qual, na grande maioria dos casos, vale a regra de que  a imagem deve permanecer imutável, cabe ao tradutor trabalhar apenas nos espaços tradicionalmente permitidos como o texto no interior dos balões, os títulos, as legendas e outros raros locais. Por outro lado, tanto a imagem como os EQs não são universais, ou seja, dependem da interpretação e da experiência do leitor para decifrá-los. Então traduzir HQs vai muito além de traduzir apenas os elementos verbais da vinheta. Para cumprir o objetivo proposto, foram analisadas algumas vinhetas de álbuns impressos de HQ do personagem francês Asterix, com suas versões na língua francesa (original) e as respectivas traduções para o público brasileiro. A análise consiste em comparar uma vinheta na língua de partida com sua tradução na língua de chegada, e entender quais foram as estratégias do tradutor para verter as informações das imagens, dos EQs e de outros paratextos, dentro dos balões, ou nos outros lugares mencionados. A metodologia utilizada foi qualitativa, documental, descritiva e interpretativa, ou seja, dependente (dentro das restrições determinadas pelo gênero) da sensibilidade e interpretação do pesquisador. A pesquisa teve de buscar boa parte de sua fundamentação teórica no campo da tradução, em especial aquela denominada intersemiótica, e no campo aplicado, encontrando, na Multimodalidade e na Paratradução boas ferramentas teóricas para repensar a relação entre imagens e processos tradutórios. As análises dos excertos selecionados permitiram concluir que o tradutor precisa levar em conta os sentidos possíveis das imagens e EQs na cultura de partida, combinar tais sentidos às palavras que aparecem na vinheta, para então pensar sua tradução para a cultura de chegada, que tem seu próprio sistema de EQs e suas próprias significações para as representações de pessoas e objetos.