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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A toponímia do Petar como paradigma de conservação ambiental e étnico-cultural
Autor(es): Edelsvitha partel Murillo. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Toponmia, Petar, Lingustica
Resumo

A inserção do Petar no Projeto ATESP, Atlas Toponímico do Estado de São Paulo, trouxe para o campo dos estudos dos denominativos de lugar questões atuais sobre as relações que o homem mantém com o ambiente. A preservação ambiental e o uso sustentável do solo são temas importantes que refletem as mudanças de comportamento na interação do homem com o espaço. Paralelo à preservação ambiental, há a valorização de práticas tradicionais que, além de preservarem valores étnico-culturais de sua população, resgata uma parte da história que não deve ser perdida.    O Petar, Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, localizado ao sul do estado de São Paulo, comporta os mais importantes estratos da formação étnica da sociedade brasileira: o índio, o europeu e o negro africano. Pelo isolamento e o baixo desenvolvimento econômico que se apresentou por muito tempo, a região manteve preservada além da Mata Atlântica, um modo de vida em suas comunidades representativo de um passado histórico importante na configuração do lugar. A nomenclatura toponímica determina significações atribuídas a esses grupos que ainda ocupam ou ocuparam a região constituindo territorialidades específicas marcadas, principalmente, pelas comunidades rurais. Objetiva-se nessa pesquisa estabelecer as relações entre os traços étnico-culturais das comunidades locais e os nomes de lugar , tendo por base a análise linguística e histórico -semântica dos topônimos.   Nesse sentido, levando-se em conta o contexto histórico e a motivação toponímica, optou-se pela descrição dos denominativos em camadas que refletem as diferentes concepções do lugar: a primeira camada refere-se à ocupação pré-cabralina do espaço, ou quando a população indígena e a língua indígena exerciam papel protagonista no ato de nomear. A segunda camada refere-se à chegada do europeu e do negro africano à região. É um período longo que vai do início do século XVI até o final do século XIX. A terceira comporta a criação das Unidades de Conservação no Alto Ribeira, especialmente a criação do Petar. Tem-se que a concepção do espaço tornado lugar reflete a visão de mundo de cada ciclo de ocupação. Os aspectos conceptuais do nome de lugar espelham essa visão de mundo. Seguiu-se a metodologia do Projeto ATESP, conduzido por Dick (1999), que tem por objetivo verificar e definir as origens dialetais e motivadoras das ocorrências toponomásticas do Estado de São Paulo.