Programação do 63º seminário do GEL

Este trabalho pretende discutir a relação entre teorias que investigam o ensino de gramática e a necessidade de elaborar um trabalho com o enfoque social da língua, de maneira não discriminatória, em que exista a possibilidade de reflexão sobre ela. Diferentes estudos sobre o ensino de gramática serão aqui analisados, objetivando abordar o enfoque social da linguagem para a abolição do preconceito linguístico no âmbito da sala de aula (CAMACHO, 2013; AGUIAR, 2013). Dentro desta proposta reflexiva, o trabalho na escola coloca aos professores e à escola a necessidade de desconstruir mitos que tornam muito mais difícil a aceitação das variações da língua em uso (BAGNO, 1999). Para que a língua possa ser trabalhada em sua dimensão social, uma das possibilidades é a utilização de gêneros textuais, para que com sua utilização possam ser construídos conceitos sobre o uso da linguagem. Desse modo, o aluno observaria o modo de exposição da língua padrão em uso, aproximando os conhecimentos já internalizados e construindo e aplicando conceitos a respeito do uso da linguagem. Essa prática pode ser capaz de levar à democratização do conhecimento (LERNER 2002), já que o aluno poderá se expressar de acordo com o proposto, o que mostrará que o uso da língua em sala de aula é indissociável de suas práticas sociais reais. Partimos da ideia de que o domínio da gramática pode ocorrer respeitando-se a linguagem em sua funcionalidade, o que torna necessária a busca constante do professor para que a variedade que os alunos trazem seja bem desenvolvida e aprimorada. Assim, o aluno poderá executar a leitura, a escrita e a fala de maneira organizada e coerente ao ambiente em que estiver inserido, além disso, conseguirá ter organização de suas ideias, tornando-se um ser político, autônomo em seu discurso e seguro de sua forma de expressão.