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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: “Caso João Hélio”: A intensidade da cobertura da revista Veja e suas estratégias de enunciação
Autor(es): Marcos da Veiga Kalil Filho. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Semitica, Semitica Tensiva, Jornalismo
Resumo Em 7 de fevereiro de 2007, João Hélio Vieites morreu, após ficar preso ao cinto de segurança do carro, que fora roubado, e ser arrastado pelo automóvel em movimento. O ocorrido ganhou enorme repercussão nos meios de comunicação e incitou, entre outras iniciativas, o reforço ao lobby legislativo para o endurecimento de penas e a redução da maioridade penal. As idades da vítima, seis anos, e dos autores do crime, um menor e todos os demais próximos aos 18 anos, foram reiteradamente destacados pelos veículos de informação. A edição nº 1995 de 14 de fevereiro de 2007 da revista Veja utilizou sua capa e uma reportagem especial para repercutir o caso. Com a análise da edição supramencionada da revista, o presente trabalho busca identificar o perfil do sujeito da enunciação de Veja, observando as marcas deixadas no enunciado. Observar-se-á, ainda, a axiologização dada à temática da segurança, a partir da oposição fundamental opressão x liberdade. Além disso, não se deixará olvidar da construção de valores de absoluto e a gestão da alteridade que essa retórica traz para a arena perceptiva do sujeito. Afinal, como as operações de triagem, delimitando de forma segregatória o Eu e o Outro, e o impacto causado por recursos de iconização subjetiva e o fino engendramento dos actantes nas narrativas construídas pelo enunciador evidenciam os seus valores no fazer persuasivo inerente à comunicação.

O arcabouço teórico-metodológico utilizado abarca a semiótica francesa de A. J. Greimas, com especial fulcro em L. Hjelmslev, e seus desenvolvimentos propostos Claude Zilberberg na vertente tensiva, a partir da década de 1970. Assim, propõe-se utilizar o contínuo e o modelo vetorial, aquisições epistemológicas importantes para a semiótica, sem prejuízo da observância do constructo teórico greimasiano do percurso gerativo de sentido.