63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | Linguística e pedagogia: um diálogo necessário |
Autor(es): | Isabella de Cssia Netto Moutinho. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 09/05/2025 |
Palavra-chave | lingustica, pedagogia, distrbios de aprendizado |
Resumo |
Muitos professores alfabetizadores e dos anos iniciais do EF II encontram problemas no processo de ensino, especialmente no que toca à leitura e à escrita. Suas queixas envolvem as trocas de letras, os a segmentação de palavras, as sílabas complexas e a leitura lenta e sem compreensão. Escolas solicitam que as famílias encaminhem as crianças a fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos, e neurologistas por suspeitarem que possam ter Dislexia ou outros distúrbios. Nas clínicas, usa-se testes psicométricos e o que se verifica é que muitos desconsideram a relação que a criança construiu com a linguagem na escola e fora dela. Ademais, verifica-se que a análise dos professores a respeito da escrita dos alunos, o resultado dos testes e as reflexões dos profissionais que os interpretam não abarcam a natureza linguística dos problemas de leitura e escrita apresentados e nem a formulação de um conceito de linguagem que possa prever a singularidade com a qual os sujeitos se relacionam com ela. Esta avaliação, portanto, interpreta problemas de leitura e escrita como sintomas de patologia. Esta reflexão foi iniciada por Coudry (Diário de Narciso, 1996/1998) no interior do arcabouço teórico-metodológico da Neurolinguística Discursiva (ND) e de outros trabalhos vinculados à área. A ND investiga este contexto através do acompanhamento longitudinal de intervenção na fala, leitura e escrita de crianças com problemas escolares. Através de uma metodologia heurística de análise de dados, o que temos verificado é que esses diagnósticos não se confirmam e que as crianças conseguem superar suas dificuldades. Esta perspectiva orientou o estudo realizado com um sujeito que apresentava dificuldade no eixo fala, leitura e escrita, e que passou por avaliações clínicas devido a suspeita de que pudesse ter um distúrbio. Esse acompanhamento foi parte da pesquisa de mestrado “À procura de um diagnóstico: uma análise neurolinguística ”, defendida em agosto de 2014 e orientada pela Profa. Dra. Maria Irma Hadler Coudry. Neste acompanhamento, verifiquei que as dificuldades do sujeito não eram sintomas de uma patologia e que podem ser confundidas com uma quando o investigador não tem conhecimentos dos fenômenos linguísticos que caracterizam o processo de aprendizado de leitura e escrita. Assim, aponto a necessidade de que a Línguística também passe a fazer parte da interdisciplinaridade clínica que caracteriza a escola para que os profissionais não corram o risco de marcar como patológicos, fenômenos que são normais. |