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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A ARTE DO MANGUEIO: processos de subjetivação do sujeito artesão de rua
Autor(es): Denise Machado Pinto. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave discurso, sujeito, artesanato
Resumo

Este estudo expõe algumas questões que estão desenvolvidas em nosso trabalho de dissertação ainda em andamento, no qual propomos uma análise discursiva sobre os processos de identificação e subjetivação do sujeito artesão de rua/maluco de estrada. Para tanto, tomamos duas materialidades bastante distintas com vistas à construção de um corpus heterogênio: Projetos de Lei municipais e estaduais, que dispõem sobre a profissão de artesão no Brasil e evidenciam a falta de uma Lei Federal que regulamente a profissão de artesão, e o documentário “Malucos de Estrada II - Cultura de BR”, produzido pelo coletivo autônomo “A beleza da Margem, à margem da beleza”, que visa à visibilidade e valorização do maluco de BR ou estrada, definido pelo grupo como o sujeito andarilho que transita pelas estradas e cidades, produzindo artesanato para ser vendido nos espaços públicos em que estiver ocupando, em geral, temporariamente. A partir de pressupostos teóricos-metodológicos da Análise de Discurso pecheutiana, da forma como é desenvolvida no Brasil, construímos os nossos gestos analíticos através de recortes discursivos. Pensamos, primeiramente, como o discurso jurídico em funcionamento através da individualização produzida pelo estado e pelas condições específicas de reprodução ideológicas (PECHÊUX, 2009, BECK, 2010)  faz tentativas de inclusão ou até de silenciamentos sobre a prática profissional do artesão de rua.  Em um segundo momento, via uma experiência documental independente, observamos este sujeito artesão falando de si através do relado sobre a “arte do mangueio”, a qual se constitui como uma forma de estabelecer relações de diálogo visando vender/manguear o artesanato para as pessoas que circulam nos espaços públicos. Problematizamos, por fim, como os liames da política e da arte fazem com que formas artísticas reflitam estruturas ou movimentos sociais e, realizem, portanto, a chamada “partilha do sensível” (RANCIÈRE, 2009), incidindo na contra-identificação em relação à forma-sujeito capitalista estabelecida pelo assujeitamento ideológico. (Apoio: CAPES)