Programação do 63º seminário do GEL

Em um curso de pós-graduação stricto sensu, a disciplina Avaliação e Linguística Aplicada oferece a oportunidade de levar professores em-serviço a refletir sobre sua prática de avaliação.   Em todas as turmas, as reflexões levam a um mesmo questionamento: por que nos cursos de formação de professores não existe uma disciplina obrigatória que ensine a avaliar? Os alunos-professores, ao discutirem os textos propostos sobre avaliação, percebem que a avaliação, em todas as metodologias que ele cursa e mesmo nos estágios supervisionados, é o último item do programa, geralmente relegado ao esquecimento em final de semestre.   O(a)s professore(a)s de estágio supervisionado orientam sobre o plano de ensino, discutem com os estagiários o conteúdo a ser ministrado, os objetivos da aula e, quase sempre ao final, sugerem que ele faça um exercício para a avaliação do conteúdo.   Subentende-se que ao final   de cada conteúdo seja necessário aplicar um exercício para avaliar sua compreensão.   A maioria dos alunos-professores afirma que somente quando começam sua prática, em vista da necessidade de uma nota mensal ou bimestral, percebem que jamais lhe ensinaram a construir testes, elaborar uma prova. Na falta de subsídios teóricos, utilizam sua experiência de alunos e repetem as práticas avaliativas de seus professores.  Nesta comunicação, espero compartilhar as angústias de quem se depara com os desafios da avaliação, sobretudo quando percebem que existem conceitos não compreendidos, teorias desconhecidas, que podem auxiliar e facilitar sua prática em sala de aula.  A construção de testes objetivos, a avaliação formativa, as avaliações alternativas, tais como a autoavaliação e a coavaliação, são exemplos de avaliações raramente usadas pelos professores de línguas e que deveriam ser experimentadas, devido aos bons resultados que oferecem. Nessa disciplina, são discutidos autores como Alvarez Mendéz (2002), Hadji (2001), Mcnamara (2000), Scaramucci (1999a, 2004), dentre outros, nos ajudam nesse percurso de (re)conhecimento da avaliação.