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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: ENTRELINHAS DO SABER – CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESCREVER E O COPIAR
Autor(es): Mariana da Silva Marinho. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave escrever, copiar, ensino de escrita
Resumo

A partir de um ponto de vista enunciativo, embasado no trabalho desenvolvido por Émile Benveniste, propomo-nos a pensar o ensino de escrita a partir da diferenciação feita pelo autor entre língua escrita e escrita, em que compreendemos a língua escrita como a língua sob sua forma escrita e a escrita enquanto um ato enunciativo que demanda do locutor a apropriação da língua e seu manejo, de forma que é possível entrever um traço de subjetividade em seu escrito. Essa diferenciação nos é relevante porque, a partir dela, podemos nos colocar uma questão que entendemos perpassar o ensino de escrita e que está relacionada a (in)diferenciação que parece haver no espaço escolar entre escrever e copiar. Ao pensarmos o ensino de escrita em e para uma turma de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, entendemos que é esperado que a relação desses alunos com a escrita esteja frágil, porque essa aprendizagem não foi consolidada ainda. Assim, o que seria esperado é que seu ensino ocorresse de forma que o professor possibilitasse o acirramento do laço dos alunos com esse saber, para que houvesse a possibilidade de transmissibilidade desse saber no espaço escolar, e o seu ensino pudesse se efetivar. No material a ser analisado, constituído pelos trechos de uma entrevista feita com uma professora de 5º ano do Ensino Fundamental e das produções textuais dos alunos, entretanto, parece-nos que essa professora não é tocada pelo savoir-faire da profissão professor quanto ao ensino de escrita, e suas ações pedagógicas parecem (re)velar que ela não consegue acirrar a relação dos alunos com esse saber, em função da relação fragilizada que ela própria (man)tem com a escrita, tanto que para essa professora, escrever e copiar estão para a mesma ordem. No quadro teórico ao qual nos filiamos os métodos não se configuram enquanto instrumentos fechados, cujos conceitos servem para a aplicação da teoria. Ao contrário, nossos métodos são construídos a partir dos materiais que nos propomos analisar, em que buscamos fazer um batimento entre a teoria e os níveis de análise linguística que nos possibilitam olhar para o nosso objeto a partir dos objetivos estabelecidos. Assim, nosso objetivo é refletir como a (in)diferenciação feita pela professora entre escrever e copiar parece afetar seu fazer pedagógico, de modo que o ensino de escrita por ela não é abordado durante as aulas de produção textual, dado que ela entende que seus alunos já sabem escrever.