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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: “O BRASIL DILMOU!” FORMAÇÃO E FUNCIONAMENTO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO DE UM VERBO DENOMINATIVO DERIVADO DE NOME PRÓPRIO DE PESSOA
Autor(es): Anderson Braga do Carmo. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Dilmar, Lxico, Semntica da Enunciao
Resumo

O objetivo deste estudo é o de compreender a formação e o funcionamento semântico-enunciativo dos sentidos do item lexical “dilmar”, analisando textualidades de meio eletrônico, como blogs, redes sociais e periódicos, cujas publicações tenham acontecido no período de eleições para presidente do Brasil de 2014.  Desse modo, buscamos contribuir com uma reflexão sobre o processo de formação de verbos denominativos (ou denominais) derivados de nome próprio de pessoa, enfatizando o percurso eponímico que pode ser evidenciado e que fomenta este tipo de derivação. Para a realização desta pesquisa, consideraremos os pressupostos teóricos metodológicos das abordagens enunciativas de Émile Benveniste (1970) e Eduardo Guimarães (2002). Portanto, ver como o sentido se forma em palavras, observar a semantização da língua, esquadrinhando os procedimentos pelos quais as formas linguísticas da enunciação se diversificam e se engendram, são aspectos centrais que serão necessários para a realização da pesquisa. Ao acrescentar-se a flexão derivativa -a(r) ao substantivo Dilma, vemos que o verbo se forma segundo as normas precedidas pelo espaço enunciativo (Guimarães) da Língua Portuguesa, o que sustenta e permite a produção e o funcionamento da forma. No que se refere ao funcionamento de sentidos de uma forma linguística, Benveniste admite um único princípio: “o ‘sentido’ de uma forma linguística se define pela totalidade dos seus empregos, pela sua distribuição e pelos tipos de ligações resultantes” (2005). Na maioria dos exemplos analisados, a base, o nome próprio, é interpretada como tema, dada a centralidade desta na estrutura definicional, mesmo assim, de certa forma, percebe-se uma diluição do efeito de unicidade no sentido do verbo quando o seu uso não impõe uma relação direta com o nome próprio. Também, o lugar social do locutor, se simpatizante de Dilma ou de oposição, exerce um papel importante no funcionamento do sentido do verbo, determinando se este é de natureza apreciativa ou depreciativa. Desta forma, a propriedade do nome que reside no verbo, nestes casos, depende do consentimento dos sujeitos, o que também nos permite ver a experiência subjetiva dos sujeitos que se colocam e se situam na e pela linguagem. Assim, uma análise da significação é sempre uma análise das relações, nas quais o que nos interessa observar não é a soma, mas sim o funcionamento de diferentes variáveis de sentido, o que só pode ser evidenciado pelo modo de análise que fizemos, no exercício da linguagem e na produção do discurso.