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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: As Depressões na Atualidade: Uma Questão Clínica? Ou Discursiva?
Autor(es): Amanda Andrade Lima. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Inconciente, Ideologia, Sujeito
Resumo Pretendo trabalhar com o conceito de inconsciente, nos termos de Freud e Lacan. É possível hoje não mais considerar o inconsciente freudiano? Por esta pergunta se deu a entrada de Lacan, nos anos 60, à releitura de Freud e ao resgate do inconsciente freudiano, o qual havia sido esquecido e distorcido, em especial pelos psicanalistas. Para ler o que é do inconsciente no social, recorrerei à leitura que a Análise do Discurso faz do funcionamento da ideologia e do inconsciente, pois o que é do inconsciente só pode ser lido como uma cena - ou seja, encena-se no social o que se passa no privado -, possibilitando assim pensar o tempo e a Psicanálise hoje. Pretendo analisar os efeitos de sentido produzidos no âmbito da chamada clínica das depressões, mais especificamente nomeada pela ‘clínica psiquiátrica’, tendo como base a definição de discurso como “efeito de sentido entre interlocutores” (PÊCHEUX, 2009 [1975]) e o conceito de ideologia (PÊCHEUX, 2009 [1975]), sendo esta a via pela qual inscrevo minha pesquisa no campo teórico da Análise do Discurso. Presumo que a leitura de ideologia que vem sendo realizada produz aberturas para uma possibilidade de articular esta pesquisa com o que é trazido por Pêcheux em sua teorização. Em seu Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio (PÊCHEUX, 2009 [1975]), o autor abordará dois pontos fundamentais, a saber: o funcionamento da Ideologia e o do inconsciente. O filósofo francês aponta o caráter comum das estruturas-funcionamentos designadas como ideologia e inconsciente, o qual consiste em “dissimular sua própria existência no interior mesmo do seu funcionamento, produzindo um tecido de evidencias ‘subjetivas’ que ‘afetam o sujeito’, mas “nas quais se constitui o sujeito” (Pêcheux, 2009, p.138-9). É preciso acrescentar que esta pesquisa, caso fosse realizada somente no campo da Psicanálise, não possibilitaria pensar questões fundamentais, tais como: o que é a Psicanálise hoje? Como o social e o tempo presente podem ser lidos hoje? Como questões ligadas ao sujeito aparecem, atualmente, no social?