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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A expressão da modalidade e a posição do sujeito em peças de teatro.
Autor(es): Evelin Azambuja Augusto. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Modalidade, Posio do Sujeito, Estudo de mudana em tempo real
Resumo

Esta pesquisa visa a investigar a expressão da modalidade dentro  de uma perspectiva “paramétrica”, que analisa a preferência por algumas formas em  detrimento de outras, levando em conta uma importante mudança que se dá no  português do Brasil (PB) no que diz respeito à marcação do Parâmetro do Sujeito Nulo  (PSN), que passa de língua de sujeito nulo “consistente” para língua de sujeito nulo  “parcial”.  O objetivo principal deste trabalho é analisar como as formas de expressão de modalidade (epistêmica e não-epistêmica) se comportam ao longo do tempo no Português Brasileiro.  Para isso, foram analisadas peças de teatro escritas no Rio de Janeiro, distribuídas ao longo de sete períodos dos séculos XIX e XX. Entre as diversas formas de expressar essa categoria, focalizo os verbos auxiliares modais, os predicadores verbais e predicadores adjetivais, os dois últimos tipos favorecedores de estruturas com um sujeito expletivo nulo. Levando em conta o fato de que o português brasileiro prefere sujeitos referenciais expressos, minha  hipótese  é  que o uso de auxiliares aumentará  ao longo do tempo, enquanto o uso de predicadores verbais e adjetivais diminuirá.  Como base teórica, utilizo  o modelo de estudo da variação e mudança proposto por Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]), associado à Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981).   Os resultados apontam que, embora predominantes desde a primeira sincronia, os auxiliares tendem a crescer; que os predicadores adjetivais ocorrem em número muito reduzido; e que os predicadores verbais descritos nas gramáticas aparecem de modo parcimonioso no texto das peças até o ano de 1955, dando lugar a duas formas verbais inovadoras, que permitem o alçamento de um constituinte para a posição do sujeito expletivo, na segunda metade do século XX. Foi possível constatar, ao lado da implementação de sujeitos referenciais, uma clara preferência por sujeitos expressos de 1ª. e 2ª. pessoas, o que  leva à confirmação parcial de minha hipótese principal.