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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: AS MARCAS DE SUBJETIVIDADE E A CONSTRUÇÃO DO ETHOS NO POEMA “MEU EPITÁFIO”, DE CORA CORALINA.
Autor(es): Silvana Aparecida Alves Ferreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Estilstica, ethos, expressividade
Resumo

No presente trabalho, propomos uma análise estilística do poema. “MEU EPITÁFIO”, de Cora Coralina, tendo-se em vista a significativa presença de marcas de subjetividade e por ser um poema que apesar de aparentemente simples, mostra signos, símbolos e diferentes significados em cada escolha lexical, sintática, fônica ou da enunciação. Este estudo compõem a pesquisa de Mestrado que vimos desenvolvendo na Universidade Cruzeiro do Sul, tendo como suporte teórico-metodológico a perspectiva dos estudos estilísticos. A pesquisa destaca e analisa as marcas de subjetividade presentes no poema de Cora Coralina. A opção por essa linha de pesquisa justifica-se pela busca da compreensão de diferentes estilos e de diferentes marcas de expressividade que muitas vezes não podem ser explicadas pela gramática. A Estilística “estuda os fatos expressivos da linguagem organizada de acordo com seu conteúdo emocional, dizer, a expressão dos fatos da sensibilidade por meio da linguagem e a ação dos fatos da linguagem sobre a sensibilidade”. (BALLY, 1909, p. 16), ou seja, a estilística é indicada para analisar e interpretar a presença de recursos expressivos não apenas em poesias, mas em diferentes gêneros textuais. Nilce Sant’Anna Martins afirma que a Estilística estuda “os meios que ela oferece aos que falam ou escrevem para manifestarem estados emotivos e julgamentos de valor, de modo a despertarem em quem ouve ou lê uma reação também de ordem afetiva” (2008, p. 41). Assim, o objetivo do estudo é analisar as marcas de expressividade no uso da linguagem poética no presente texto, tratando das marcas de subjetividade como um dos principais recursos estilísticos, observando o sujeito presente no enunciado, construído a partir de elementos da realidade e a possibilidade de um apagamento do autor empírico em decorrência de um sujeito do discurso, ou seja, a constituição do ethos de um enunciador que se apresenta em primeira pessoa, por meio da expressão de um eu marcado linguisticamente nas formas verbais e nos pronomes, buscando demonstrar que o ato de escrever sobre poesia é repetitivo e muitas vezes reconhecido como autobiográfico. Pretendemos mostrar, ainda, que é preciso identificar os elementos estilísticos que foram utilizados e considerar o universo discursivo em que eles se encontram, para que haja compreensão dos enunciados.