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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Integração de cláusulas em perspectiva funcional - discursiva: um estudo baseado no uso
Resumo Segundo Hopper & Traugott (1997), "todas as línguas têm dispositivos para interligar as cláusulas no que chamamos de períodos complexos". Esses mecanismos de ligação intersentencial diferem radicalmente de uma língua para outra, desde construções justapostas razoavelmente independentes até construções retóricas dependentes e complexas.  Os autores propõem a existência de três pontos de aglomeração (parataxe, hipotaxe e subordinação), que podem ser analisados em um crescendum de integração, e, certamente, envolvem entre um ponto e outro variadas estratégias de integração clausal. O simpósio proposto visa a apresentar algumas reflexões acerca de quatro temas desse grande universo, em uma perspectiva funcional-discursiva, travando diálogos com as teorias do discurso. A primeira discussão apresenta uma proposta analítica para a compreensão das construções correlatas aditivas, frequentemente diluídas no âmbito do processo mais canônico de coordenação. Por meio das contribuições teóricas de Croft (2007), será possível apresentar os traços fonológicos, morfossintáticos, semânticos e pragmático-discursivos dessas construções. A segunda proposta aponta uma análise das construções completivas que apresentam sujeito sintático oracional, dentro do âmbito das construções impessoais. Em seguida, propõe-se uma investigação do comportamento das relativas que ocorrem isoladas como enunciado independente ou de “maneira solta”, sem vínculo com a cláusula nuclear, fenômeno que Decat (2011) denominou de desgarramento.  A hipótese defendida é que não haveria nenhum índice de segmentação na fronteira sintática entre a restritiva posposta e a cláusula nuclear, ao passo que entre esta e a não restritiva (posposta ou intercalada à nuclear) haveria uma marca de ruptura, podendo ocorrer o mesmo com as desgarradas. Por fim, travamos uma discussão acerca da possibilidade de se considerar não só o nível microtextual – estudo apoiado na Semântica Argumentativa de Ducrot (1987) –, mas também o nível macrotextual – análise baseada na Semiolinguística, de Charaudeau (2009) –, na tentativa de ampliar os parâmetros da Gramática Tradicional no tratamento das cláusulas, bem como de contribuir para um ensino da língua portuguesa mais proficiente, fato que justifica o estudo de interface entre as teorias Funcionalismo e Análise do Discurso.