| Resumo |
No simpósio intitulado Ambiguidade: um fenômeno de língua ou de linguagem?, objetivamos refletir sobre o tema ambiguidade com base na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE), de Antoine Culioli. Quando se elege a língua como referência única para a compreensão deste fenômeno, ele passa a ser concebido como resultante da polissemia, característica distintiva do texto poético ou do mau uso que o falante faz dos recursos linguísticos, e que resulta em problemas de compreensão. Todavia, o fato de a TOPE conceber a linguagem em articulação com a língua, definida com base nos processos de representação, de referenciação e de regulação, altera a concepção sobre a ambiguidade, na medida em que ela deixa de ser marginal para ser concebida como constitutiva da linguagem-língua. Essa articulação proposta implica ainda considerar que sujeito e objeto entretêm relações uma vez que os processos que definem a linguagem são processos de ordem psicossociológica que revelam a capacidade cognitiva, psicológica e social dos homens para interagir por meio das línguas naturais que se realizam por meio de textos orais e escritos. Se a atividade de linguagem, como definiu Culioli, remete “a uma atividade de produção e reconhecimento de formas”, no processo de produção de textos, a ambiguidade estará sempre presente, fato que exige dos enunciadores a atividade de montagem e desmontagem dos textos que resultam da língua e da linguagem. Discutiremos neste simpósio essas questões teórico-metodológicas responsáveis por realocar alguns conceitos linguísticos, entre os quais a ambiguidade, observada, aqui no exercício de ensino-aprendizagem de língua. A primeira comunicação, realizada pela coordenadora do grupo, pauta-se pelo conceito de ambiguidade, tal como é concebido no quadro teórico que se assume, observando suas implicações no contexto de ensino. Os demais trabalhos seguem tais orientações teóricas e expõem dados de produções de alunos com o objetivo de estabelecer a relação entre teoria e prática.
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