| Resumo |
Ancorados na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso de linha francesa, mais especificamente a pecheuxtiana, os trabalhos que integram este simpósio têm como objeto de reflexão e de análise os sentidos que emergem na constituição e na circulação de diferentes materialidades discursivas – a saber: as formulações de repositórios com Recursos Educacionais Abertos (REA); as imagens em circulação em sítios de plataformas jornalísticas brasileiras; os percursos de leitura/escrita em um mecanismo de busca na internet; as formulações sobre a formação de professores em um sítio governamental brasileiro; a imagem do leitor de jornal (efeito leitor) enquanto sujeito urbano, de um jornalismo impresso para o jornalismo digital. Desse modo, é de nosso interesse compreender o funcionamento dos discursos que se constituem e que circulam na e pela historicidade, já que os sentidos não existem em sim mesmos, eles são determinados “pelas posições ideológicas que estão em jogo no processo sócio-histórico” (PÊCHEUX, 1997, p.160). A partir desses pressupostos teóricos, nos propomos a analisar as diferentes materialidades já citadas e refletir, de modo específico, sobre: (1) a política dos Recursos Educacionais Abertos; (2), os modos de discursivizar a imagem em torno dos sentidos da guerra em Gaza, no espaço informativo e ideologicamente estruturado das mídias informativas, para dar visibilidade aos sentidos postos em circulação e o imperativo da sensação já naturalizado em nossa sociedade; (3) a constituição histórica dos sujeitos-leitores e dos sentidos, a partir do “dito” – pelo estabilizado dos recursos eletrônicos – e do “compreendido” – pelas discursividades possíveis – nos percursos de leitura/escrita realizados por universitários; (4) o discurso da formação de professores, via análise de representações e emergências de sentidos possibilitados pelas formulações trazidas no portal Seja um Professor (MEC) e em legislações que normatizam a profissão docente; e (5) a constituição de um sujeito urbano consumidor de jornais, diante das duas materialidades em que o jornal hoje toma forma (o jornal impresso e o jornal online), em uma continuidade, carregada pelas identidades empresariais (JB, Folha, Estado). Com essas reflexões, pretendemos mostrar o modo como os discursos e os sentidos se relacionam com suas condições de produção em um movimento de reprodução/transformação de sentidos historicamente estabilizados.
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