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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Construções concessivas em perspectiva funcionalista II
Resumo De acordo com Neves (1997), as construções concessivas, juntamente com as construções adversativas, integram o grupo das relações contrastivas, cujo significado básico é, segundo Halliday e Hasan (1976), o de “contrariedade à expectativa”. Para a investigação das construções concessivas, será utilizado, neste simpósio, o aparato teórico-metodológico de diferentes correntes do Funcionalismo, paradigma linguístico no qual fenômenos sintáticos e fenômenos semânticos são estudados sob o escopo da pragmática. Por terem orientação funcionalista, os trabalhos utilizarão como corpus de análise ocorrências reais da língua em uso, seja na modalidade falada ou na modalidade escrita. No trabalho “A relação retórica de concessão no português falado”, procura-se caracterizar a relação de concessão na perspectiva da Rhetorical Structure Theory (RST), uma teoria funcionalista que estuda a organização dos textos, caracterizando as relações que se estabelecem entre as partes do texto (MANN; THOMPSON, 1988). A proposta da RST é que a concessão seja concebida não em termos semânticos, mas em termos textuais, como uma relação discursiva. O trabalho “Construções concessivas com ainda que” objetiva determinar os traços de concessividade presentes na articulação entre orações por meio da forma ainda que e também verificar o grau de gramaticalidade e o estatuto conjuncional de tal forma. Baseando-se em pesquisas funcionalistas sobre concessão, sobre articulação de orações e sobre gramaticalização, como os trabalhos de Neves (1999; 2011), Sweetser (1990), König (1984; 1986), Galbiatti (2008), Givón (1990), Lehmann (1988), Souza (2007), tomam-se como objeto de análise ocorrências do Córpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006). Com base nesse mesmo corpus, o trabalho “A natureza da concessividade na cognição e na linguagem” parte das assunções da semântica cognitiva (LANGACKER, 1987; TALMY, 2000) para investigar a natureza conceptual do significado concessivo com o objetivo de identificar os componentes semânticos (conceptuais) que fazem parte dessa moldura concessiva, a saber, escalaridade, persistência e contraste. O trabalho “O uso argumentativo das construções concessivas” toma como objeto de investigação as construções concessivas com embora sob o ponto de vista da Gramática Funcional, levando em conta o caráter de “margem” (LONGACRE, 2007), “realce” (HALLIDAY, 2004), “tópico” (DIK, 1997) e “fundo” (GIVÓN, 1995) da oração adverbial concessiva. Em um corpus formado por editoriais, explora-se a natureza argumentativa das concessivas, com o tratamento de questões como orientação argumentativa (DUCROT, 1981; GUIMARÃES, 2007), lei da preferência (GARCÍA, 1994), mudança de posição do locutor (GOUVÊA, 2002) e tipos de concessão (GROTE ET AL., 1997).