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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Por uma ordem do olhar: sentidos da imagem no discurso contemporâneo
Resumo Este simpósio visa destacar análises que tomam como objeto de estudo os discursos que circulam em revistas, nas mídias digitais, na televisão, no YouTube e no Facebook. Tais discursos constituem-se de uma materialidade sincrética (articulando o verbal e o não verbal) na produção de sentidos. Na AD, tanto Pêcheux como Foucault propõem que o dizer não é livre nem individual, mas determinado por coerções históricas, sociais e culturais. Compreende-se, na esteira das reflexões de Foucault, que, assim como o dizer, o olhar também é coagido histórica, social e culturalmente. Ainda que haja um apelo enorme às imagens que se observam no discurso contemporâneo, nossa sociedade se vale de uma comunicação mista, composta por imagens quase sempre acompanhadas de linguagem verbal; e, na atualidade, as imagens passaram a ocupar um espaço mais ampliado. Isso intensifica a velocidade da leitura e instaura um efeito de aprofundamento da interpretação, atualizando o imaginário social “uma imagem vale mais que mil palavras”. Nesse sentido, esta sessão busca conceituar uma ordem do olhar que estabelece e rege o que pode/deve ser inserido em um regime de visibilidade, mas também aquilo que se torna invisível, mas que convoca um imaginário de completude e hipervisibilidade. Assim, a ordem do olhar rege, igualmente, o visível e o invisível. Dentre os trabalhos da sessão, estão pesquisas que versam sobre: a derrisão em videomontagens do  YouTube durante as eleições de 2006 e 2010, a partir da noção de heterogeneidade enunciativa de Authier-Revuz e de uma expansão desta noção para pensar uma heterogeneidade dissimulada do discurso;  a inter-relação entre a constituição do ethos discursivo e o mídium no discurso dos candidatos a presidente do Brasil nas eleições de 2014 em seus perfis oficiais no Facebook, de forma a observar o funcionamento desses discursos dentro de um campo de restrições genéricas e éthicas, a partir de uma análise que leva em conta o não verbal e que traz à tona a corporalidade de um fiador advinda de imagens; as propriedades linguístico-discursivas do enunciado “Volta, Lula!” e algumas de suas variantes icônicas, partindo-se dos trabalhos de Krieg-Planque acerca das fórmulas discursivas e de Maingueneau sobre a teoria das “frases sem texto”; e a constituição do sujeito idoso no discurso corporativo de uma revista especializada em gestão empresarial, que (re)insere e evidencia o idoso no mercado de trabalho por meio de uma linguagem verbo-visual, a partir das reflexões de Foucault sobre o sujeito.