logo

Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Nos bastidores: questões práticas de uma estilística discursivo-textual
Resumo ~~Não é incomum ouvir (e ler) que a Estilística e, por extensão, que os estudos estilísticos podem ser qualificados como subjetivos, resultado de performances individuais, nada afeitas ao trabalho da linguística ou de outra ciência afim. Essa crítica dirigida principalmente à estilística literária elege como foco as análises ou o método de acadêmicos de erudição reconhecida (BAKHTIN, 2009; FISH, 1980). Um deles, Spitzer (MARTINS, 2008), com o “círculo filológico” - método de identificação dos fatos estilísticos -, marca a necessidade de repertório extenso e também de olhar multidisciplinar. Essa concepção envolvendo várias disciplinas (Retórica; Linguística Textual, AD, Pragmática) tem ocupado o GP “Estudos Estilísticos” (UNICSUL) e demonstrado como Enkvist que os estilólogos não se preocupam com qualidades literárias em si, mas “sentem o impulso do menino endiabrado, de espiar dentro da manga do mágico e expor as divisões do seu chapéu, mesmo com o risco de ignorar parte do espetáculo ou irritar o restante da audiência” (1974, p. 17). Nossa questão central é que, tal como a dimensão argumentativa (AMOSSY, 2006) que se manifesta nos usos da linguagem, há uma dimensão estilística decorrente de escolhas do locutor na língua. Para isso, desenvolvemos trabalhos nas subáreas da Estilística que trazemos a esse simpósio a fim de sistematizar as possibilidades de compreender a dimensão estilística e suas manifestações, neste ano, em textos da esfera literária. As apresentações espelham as possibilidades de se estudar esses textos na perspectiva da Estilística Discursiva. Quanto à sintaxe e às estratégias argumentativas, verificando mútuas implicações, Gebara analisa “Há aquilo que fica firme (um poste)”, de Sant’anna (2013) e “Sonetilho de verão”, de Britto (1997). Pensando nas escolhas lexicais e seus efeitos de sentido (principalmente semântico-discursivos estabelecidos a partir dessas escolhas), Ignez analisa fragmentos de “Galáxias”, de Haroldo de Campos. Sparano, por sua vez, estuda a relação morfo-fonológica expressiva em poema de Vinicius de Moraes, buscando nesse binômio a complementaridade dessa relação nem sempre observada nos estudos morfológicos. Carvalho recorta do universo poético de Gullar, a poesia metalinguística e a construção de argumentos que valida não só um estilo, mas um posicionamento crítico sobre a concepção de poesia, tendo como corpus alguns fragmentos de diferentes poemas, a fim de que se comprove, por meio de marcas linguísticas, a tese do escritor. Ferreira, por fim, analisa metáforas da obra Cobra Norato de Bopp em que se evidencia a aproximação da imagem e do som como reforço de expressividade.