| Resumo |
Este Simpósio busca dar visibilidade à relação profícua entre o aporte teórico da Neurolinguística Discursiva (ND), a clínica fonoaudiológica discursivamente orientada e a atenção psicológica a famílias. A perspectiva teórica da Neurolinguística Discursiva (ND), desenvolvida no Instituto de Estudos da Linguagem – IEL/UNICAMP, se apoia, especialmente, nos estudos desenvolvidos por Vygotsky, Luria, Freud, além de Coudry e outros linguistas que incorporam o sujeito em seus estudos. As quatro apresentações foram reunidas visando aprofundar a relação sujeito, linguagem (fala, leitura e escrita) e cérebro. A primeira delas privilegia o acompanhamento fonoaudiológico de um sujeito autista, ao longo de 15 anos, focalizando dois recortes do corpus que mostram: o papel da ecolalia e como se amolda sua discursividade ao longo do tempo. A segunda apresentação aborda o acompanhamento fonoaudiológico de quatro crianças também com autismo, no contexto da Equoterapia, investigando como as propriocepções corporais das crianças se organizam no processo de aquisição da linguagem, razão pela qual discute o conceito de corpo na Fonoaudiologia. A terceira apresentação trata da formação do fonoaudiólogo no Brasil e de seus efeitos na atuação clínica, na área de linguagem, valendo-se para isso de dados de acompanhamento de um sujeito afásico submetido à terapia fonoaudiológica tradicional e à discursivamente orientada. A quarta apresentação discute o estatuto clínico da atividade de soletração e a sua contribuição para compreender o funcionamento linguístico-cognitivo do sujeito que soletra, o que pode auxiliar na intervenção clínica desses sujeitos. Para tanto, reúne dados de crianças com dificuldades escolares (leitura e escrita), acompanhadas no Centro de Convivência de Linguagens (CCazinho), e de adultos cérebro-lesados que participam do Centro de Convivência de Afásicos (CCA - Grupo II) - IEL-UNICAMP. E, por fim, a última apresentação trata do acompanhamento longitudinal de famílias de crianças que frequentam o CCazinho, focalizando o modo particular que os familiares percebem e verbalizam os problemas escolares de seus filhos, o que demanda do profissional que as acompanha um cuidado adicional acerca do que entendem/interpretam por doença, lugar em que validam valores, crenças e percepções próprias de suas infâncias. |
