| Resumo |
Aristóteles propôs como três as provas retóricas engendradas pelo discurso: logos, ethos e pathos. De acordo com as reflexões do mestre estagirita, o logos se refere à instância mesma do discurso, o ethos está relacionado à imagem de si gerada pelo orador, e o pathos concerne o conjunto de sentimentos despertados no auditório. Nessa trilha de pensamente, ao refletir sobre o papel do ethos aristotélico no processo de persuasão, autores como Eggs e Meyer reconhecem que o discurso, isto é, o logos do orador, é o lugar que engendra o ethos, e esse lugar se mostra apenas mediante as escolhas feitas pelo orador. Esse raciocínio nos reconduz às ideias do filosofo grego, Aristóteles, para quem, toda forma de expressão resulta de uma escolha entre várias possibilidades linguísticas e estilísticas. Com vistas a uma reflexão acerca desse ‘lugar’ que engendra o ethos e que, ao mesmo tempo, serve de meio para a manifestação de diferentes gêneros do discurso, é que nosso trabalho se configura. Assim, fundamentado nos estudos retóricos, o presente simpósio objetiva reunir análises acerca da manifestação do ethos e de suas implicações em diferentes gêneros do discurso. Para isso, foram selecionados textos oriundos de diferentes esferas, quais sejam: a jurídica (por meio de audiências criminais), a educacional (por meio de aulas de Língua Inglesa online), a religiosa (por meio de pregações), a literária (por meio de um conto de Machado de Assis) e a cinematográfica (por meio de um filme). Com vistas ao entendimento do alcance persuasivo do ethos em diferentes gêneros do discurso, os trabalhos apresentados buscarão descrever, de forma pormenorizada, o caráter ético apresentado por cada orador analisado e suas implicações para os seus respectivos gêneros. Para realizar tais análises, as apresentações se alinharão no campo da retórica por meio das contribuições dos autores: Aristóteles, Meyer, Reboul, Eggs, Perelman e Olbrechts-Tyteca. |
